PT de Santa Catarina é condenado pela Justiça a pagar dívida da campanha de Ideli Salvatti ao governo estadual em 2010. Candidatura da ministra de Relações Institucionais que era dada como certa está ameaçada no ano que vem
João Valadares - Correio Braziliense
Empresa que entrou na Justiça contra o Partido dos Trabalhadores produziu a propaganda eleitoral gratuita de Ideli foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press |
O PT declarou à Justiça Eleitoral que pagou apenas R$ 2,74 milhões durante a campanha. A empresa confirma o pagamento desta quantia e alega que a dívida em valores atualizados já chega a R$ 8,48 milhões. Ideli Salvatti está numa sinuca de bico porque, se afirmar que pagou todos os serviços conforme os dois contratos previam, acaba assumindo a prática de caixa dois. Em sua decisão, a juíza Rosane Portela Wolff alega que “não há dúvidas acerca do direito da autora (Tvídeo) em ser restituída dos valores não pagos pelos requeridos”.
No processo movido, além do PT como pessoa jurídica, consta o nome do presidente do partido na época em que os contratos foram firmados, José Fritz. Uma decisão judicial, no entanto, retirou o nome do ex-dirigente do processo. Ao Correio, o atual presidente da legenda em Santa Catarina, Carlos Vignatti, que derrotou o grupo de Ideli nas eleições internas da sigla, afirmou que não tinha conhecimento do calote. “Inclusive, isso não estava na prestação de contas que recebi. Eu não posso me manifestar sobre o assunto simplesmente porque não tenho nenhuma informação. Eu nem sequer sabia desse processo”, defendeu-se.
Questionado se a sigla reconhecia o calote, ele afirmou que vai procurar saber o que realmente aconteceu durante a campanha de Ideli Salvatti. Vignatti afirmou que a ministra já retirou o nome da disputa eleitoral para o governo do estado neste ano. “Em relação ao Senado, eu não sei. Ainda vamos fazer esse debate”, explicou. A relação da ministra com o diretório regional do Partido dos Trabalhadores (PT) piorou desde as denúncias de uso indevido do helicóptero do Samu (leia Memória ao lado). As chances de se candidatar a uma vaga de senadora e até mesmo de deputada federal são pequenas. Na reforma ministerial, que será iniciada em janeiro, Ideli deve perder força. Nos bastidores do Planalto, circula a informação de que ela pode ser agraciada com um ministério menor ou com uma secretaria vinculada à Presidência da República.
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