Processo de aprovação será agilizado. Comunicação entre bancos e INSS será via online. Novo sistema começa a funcionar a partir de 15 de setembro
As condições não mudam, com prazo de até 60 meses para pagar. A taxa máxima de juros é de 2,14%. O sistema vai acelerar uma modalidade de crédito que registra cerca de 1 milhão de operações por mês e, segundo a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), cresce a uma média de 28% ao ano em volume emprestado.

A aposentada Antônia Valdeci teme que com mais facilidades aumentem os riscos de endividamento
Foto: João Laet / Agência O Dia
A agilização do processo de aprovação
do empréstimo será possível pelo fato de que a comunicação entre as
instituições financeiras e o INSS será via online. O procedimento atual é
por meio da troca de arquivos — o que é conhecido como rotina batch — e
leva, em média, três dias.
Os bancos podem demorar mais tempo
para liberar recursos após a averbação, que é o registro do empréstimo
pelo INSS. Na Caixa Econômica, o prazo chega a 24 horas, segundo a
instituição. Além da Caixa, o Santander e o Banco do Brasil confirmaram
que vão participar tão logo ele esteja disponível.
Segundo a Caixa, o INSS estabeleceu 15 de
setembro para início do modelo, data decidida em consenso com os bancos.
O diretor de benefícios do INSS, Benedito Brunca, disse que o sistema
deve ser implantado este ano, por estar “bastante avançado”.Especialistas recomendam cautela ao fazer empréstimo
A decisão de liberar empréstimo consignado rapidamente não agradou os representantes dos aposentados e pensionistas do INSS. Eles veem riscos ao afrouxar as regras para pegar dinheiro emprestado a juros mais baixos. Dirigente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Carlos Andreu Ortiz avalia que o momento deveria ser para se estabelecer limites, e não mais facilidades ao crédito consignado. A modalidade é a única entre as de crédito pessoal em que a inadimplência não recuou.
“O consignado teve um baita avanço. Mas há um grande número de aposentados que faz não porque precisa, mas para ajudar alguém na família”, afirmou Ortiz. “Eu tenho minhas restrições.”
Especialistas concordam com o receio do sindicalista. O professor de Finanças do Ibmec-RJ, Gilberto Braga, afirma que o grande problema dos aposentados é que na maioria das vezes o consignado serve para cobrir um débito de um parente. Ele destaca que o segurado do INSS deve ter atenção e controle dos gastos.
“É comum existir agregados que ficam em dificuldades e recorrem a aposentados que assumem compromissos nos bancos de muitos meses, atraídos por operações tentadoras”, afirma.
A aposentada Antônia Valdeci, 50 anos, pegou um empréstimo há cinco anos para comprar a casa na comunidade Santa Marta. De acordo com ela, a experiência foi boa. “É um empréstimo fácil de pagar”, disse a segurada.
Mas ao saber que haverá mais facilidades para fazer o empréstimo, ela considerou que pode ser perigoso pelo risco de aumentar o endividamento. De qualquer forma, não descarta a possibilidade de fazer o contrato para liquidar uma dívida grande e sair do sufoco.
Reportagem: Vitor Sorano
Nenhum comentário:
Postar um comentário