Subida repentina do mar surpreende banhistas e arrasta mais de cem veículos
Ismael Araújo
O cenário de quem chegou ao local era de caos total após um dia de muita diversão.
Logo na entrada da praia era possível encontrar um Volvo, de cor
vermelha, de placas KES 5426, praticamente coberto pela água do mar.
Todos os pneus atolados na areia e uma parte do vidro da janela direita
quebrada como ainda os bancos molhados. Segundo o proprietário do
veículo, o goiano Vitor Hugo Pereira, teve um prejuízo de mais de R$ 20
mil reais. “A verdade que vou levar diretamente para o mecânico e tentar
aproveitar algumas peças que podem ser reaproveitadas”, declarou.
Ao lado desse carro
tinha uma Van, de cor prata, de placa NMR 6082, que após a utilização
de muita força e garra de mais de 20 homens conseguiram desatolar. Mas,
mesmo assim, ainda sofreu danificação na estrutura metálica, uma delas
justamente o para-choque.
A poucos metros desse ponto havia um aglomerado de veículos atolados e muitos até mesmo em cima um do outro. Um Fiat
prata, de placa NHK 6902, estava com a frente toda destruída e
supostamente com o motor danificado. O proprietário do carro, Hélio
Pestana ficou sem saber o que fazer, no momento, almejava pelo menos
retirar o Pálio daquele local e levar para a sua casa, na Cohab.
Ainda
havia uma Montana, de cor preta, de placa NMR 8241, coberta pela água.
Para retirá-la foi necessário primeiramente o auxílio de um Trator, logo
em seguida, a força dos braços de mais de 30 homens. Já a situação de
um Celta, sem placa, era de destruição total. Os pneus enterrados na
areia, as portas quebradas e as janelas, possivelmente, foi levada pela
onda do mar. “Agora, não tenho mais carro, pois, o ano começou mal para
mim e a minha família. Deste carro que tirava o sustento da casa levando
crianças pequenas ao colégio”, relatou Antônio Nunes, de 28 anos.
Maré alta
Na
volta para casa, os banhistas enfrentaram um enorme engarrafamento para
deixar a faixa de areia da praia e alguns ainda tentaram sair pelas
dunas, mas, não conseguiram.
A
maré subiu rapidamente, os carros foram se aglomerados nas proximidades
dos bares e acabaram sendo tragados para o mar. Outros motoristas ainda
tentaram sair pelas dunas, mas, os carros atolaram na areia muito fofa.
Um
outro motivo declarado pelos banhistas foi justamente a falta de
estrutura das praias da ilha de São Luís, pois, no Araçagi não há
nenhuma placa informando sobre os perigos do local, inclusive, da
possibilidade da água do mar chegar até os bares. “É muito descaso das
autoridades que não respeitam os banhistas e muito menos a natureza”
disse Jaciara Luzo.
O
outro turista, Ronaldo Carvalho, de 35 anos, veio passar o Réveillon,
no Araçagi, mas, jamais tinha a noção que a força da maré era tão forte e
poderia ocasionar grandes prejuízos a um grande número de pessoas, que
estavam tendo um dia de lazer com a família. “O meu carro, um Celta, que
comprei a menos de dois meses, está todo destruído. De fato tive um
grande prejuízo”, reclamou.
Até
o momento em que estava a equipe de O Imparcial na área não havia
nenhum representante do poder público e muito menos do Corpo de
Bombeiro, Guarda Municipal, da Defesa Civil ou da Polícia Militar para
coordenar o problema. No entanto, todos os veículos estavam sendo
rebocados pelos banhistas ou donos de barracas da praia.
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