sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Senador Requião pede explicações ao BNDES sobre dívidas da Organização Globo



Carlos Newton
Com a multiplicação da estupenda herança recebida de Roberto Marinho, seus três filhos recentemente conseguiram subir no alto do pódio como a família mais rica do Brasil, suplantando as griffes Ermírio de Moraes Setubal, Gerdau e tantas mais, sem falar na família do ex-tudo Eike Batista.
Justamente por isso, é surpreendente que os Marinho possam ter dívidas junto ao BNDES. Este banco estatal, como todos sabem, vem usando indevidamente os recursos do povo brasileiro (arrecadados pelo FAT – Fundo de Apoio ao Trabalhador) para apoiar com juros de 5% ao ano grandes corporações nacionais e estrangeiras, que não necessitam de fomento e têm totais condições de buscar financiamentos no mercado internacional, como é caso da própria Organização Globo.
Nesse caso, a novidade é que, no apagar das luzes da legislatura de 2013, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) apresentou requerimento de informações ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a quem o BNDES é subordinado, nos seguintes termos:
Requeiro que sejam informadas e remetidas, as respectivas copias dos documentos relativos aos benefícios fiscais e creditícios que tem sido concedidos às empresas componentes das Organizações Globo. Indicando, inclusive, se há amparo legal para a concessão de benefícios a quem esteja com elevadas dividas com a União”.
LESSA NÃO EMPRESTOU
Até novembro de 2005, final da gestão do economista Carlos Lessa no BNDES, apenas uma empresa da Organização Globo tinha dívidas com o BNDES – a NET.  Na época, representando a família Marinho, a economista Maria Silvia Bastos Marques realmente tentou conseguir um vultoso financiamento para a Organização Globo, mas não foi bem sucedida, até porque existia uma proibição do Tribunal de Contas da União, que impedia novos empréstimos ao grupo, enquanto não fosse resolvida a inadimplência da NET.
De lá para cá, ninguém sabe o que acontece no BNDES, porque desde o início da gestão de Luciano Coutinho o banco estatal deixou de ser transparente. Até então, o BNDES divulgava toda grande operação realizada, encaminhando as informações diretamente a todos os órgãos da grande imprensa e publicando em seu site oficial. Mas Luciano Coutinho resolveu acabar com a transparência, para operar mais à vontade, digamos assim.
Agora, com o oportuno requerimento do senador Requião, a opinião pública poderá saber se houve qualquer financiamento à Organização Globo, que ultimamente tem sido muito criticada por ser uma das maiores sonegadoras de impostos do país. Essa prática está se tornando uma verdadeira praga, utilizando abertamente por grandes corporações empresariais privadas que atuam no Brasil.
Simplesmente não pagam os impostos, colocam o dinheiro para render no mercado financeiro, depois se beneficiam com o programa Refis (quitação de impostos federais atrasados, mas sem multas e juros).
Em novembro, por exemplo, o Tesouro só apresentou superávit de R$ 28,8 bilhões após incorporar os R$ 15 bilhões dos bônus pagos pelo leilão de Libra e mais R$ 20,4 bilhões arrecadados com incentivo a empresas que quitassem dívidas sem multas e juros. Somente a mineradora Vale renegociou R$ 6 bilhões, com os bancos privados renegociando outros R$ 12 bilhões, vejam que grandes espertalhões. A Globo também está nessa onda, claro. Sonegam, fazem o dinheiro render e depois não pagam multa nem juros, embolsando os rendimentos obtidos. Ah, Brasil!

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