Conforme o estudo, em 2050 quadruplicará o número de pessoas com 65 anos ou mais
No Brasil, três em cada 20 pessoas com mais
de 65 anos não tem aposentadoria e 40% dos trabalhadores não economizam
para isso. Tais dados fazem parte de um “raio-x” do cenário
previdenciário brasileiro, apresentado nesta quarta-feira (29), pelo
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) dentro do estudo “Melhores
aposentadorias, melhores trabalhos - em direção à cobertura universal
na América Latina e no Caribe”.
O trabalho aponta também que a maioria dos aposentados brasileiros recebe, em média, US$ 20 ou menos por dia; que menos de três em cada dez trabalhadores autônomos estão poupando para a aposentadoria; que 25% dos trabalhadores da classe média são informais e que menos de três em cada dez trabalhadores autônomos estão poupando para a aposentadoria. Para o futuro, o horizonte é sombrio.
Conforme o estudo, em 2050 quadruplicará o número de pessoas com 65 anos ou mais. Mas, em 2050, somente sete em cada dez adultos em idade de se aposentar terão poupado para alcançar esse objetivo. Ou seja, entre 15 e 22 milhões de pessoas não terão economizado para a aposentadoria quando o ano de 2050 chegar.
Hoje, para cada aposentado há dez trabalhadores potenciais. Em 2050 essa proporção cairá para um aposentado para cada três trabalhadores potenciais, ou seja, haverá menos gente apta a financiar o sistema previdenciário. O estudo foi elaborado pelos pesquisadores Mariano Bosch, Ángel Melguizo e Carmen Pagés. O trabalho foi lançado em parceria com o Ministério da Previdência Social (MPS).
O trabalho aponta também que a maioria dos aposentados brasileiros recebe, em média, US$ 20 ou menos por dia; que menos de três em cada dez trabalhadores autônomos estão poupando para a aposentadoria; que 25% dos trabalhadores da classe média são informais e que menos de três em cada dez trabalhadores autônomos estão poupando para a aposentadoria. Para o futuro, o horizonte é sombrio.
Conforme o estudo, em 2050 quadruplicará o número de pessoas com 65 anos ou mais. Mas, em 2050, somente sete em cada dez adultos em idade de se aposentar terão poupado para alcançar esse objetivo. Ou seja, entre 15 e 22 milhões de pessoas não terão economizado para a aposentadoria quando o ano de 2050 chegar.
Hoje, para cada aposentado há dez trabalhadores potenciais. Em 2050 essa proporção cairá para um aposentado para cada três trabalhadores potenciais, ou seja, haverá menos gente apta a financiar o sistema previdenciário. O estudo foi elaborado pelos pesquisadores Mariano Bosch, Ángel Melguizo e Carmen Pagés. O trabalho foi lançado em parceria com o Ministério da Previdência Social (MPS).
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Cenário
“América Latina e Caribe reduziram sua desigualdade e sua pobreza e enfrentarão as próximas décadas com maior otimismo do que no passado. Conforme a região cresce, aparecem novos problemas que os responsáveis pela condução da política econômica devem enfrentar. Como oferecer aposentadorias adequadas aos idosos é um desses problemas”, alerta o trabalho. “Apesar das grandes reformas da década de 1990, a cobertura previdenciária na região continuará sendo pobre.”
Os pesquisadores do BID alertam que há dois objetivos principais dos sistemas previdenciários. O primeiro é fornecer uma renda “suficiente” para atender às necessidades básicas dos idosos, ou seja, evitar a pobreza na terceira idade. Em segundo lugar, evitar quedas acentuadas na capacidade de consumo ao atingir a idade da aposentadoria, a chamada “suavização do consumo”, que pode gerar impactos negativos no mercado interno.
Segundo o estudo, a aposentadoria também é importante para a redução da pobreza, especialmente no Uruguai, no Brasil e na Argentina. O trabalho aponta que uma das grandes inovações das últimas décadas na região foi a expansão, “sem precedentes”, das aposentadorias não contributivas.
“Por exemplo, as aposentadorias rurais no Brasil são concedidas a partir dos 55 anos, para as mulheres, e dos 60 anos, para os homens. Outra manifestação desse efeito ingresso é que trabalhadores com idade próxima a de se aposentar (que ainda não são passíveis a ser contemplados) antecipem sua previdência ou diminuam sua carga horária de trabalho visando receber o benefício”, menciona a pesquisa.
Brasil
Segundo o BID, o Brasil vem passando por um movimento demográfico similar ao observado, por exemplo, na França e Suécia, de envelhecimento da população e diminuição de nascimentos, e isso impõe desafios em relação à sustentabilidade do sistema de aposentadorias no futuro.
“O melhor momento para o Brasil e os demais países da região pensarem no fortalecimento de seus sistemas previdenciários é enquanto a população é jovem, o que facilita a aprovação política de reformas e diminui o seu custo”, disse Carmen Pagés, coautora do estudo e chefe de Unidade de Mercado de Trabalho e Seguridade Social do BID.
O trabalho destaca que o Brasil é um país muito inovador em políticas de formalização e na última década conseguiu avanços importantes na criação de milhões de empregos formais. E alerta que seguir aprofundando a formalização se mostra uma maneira eficiente de aumentar a arrecadação previdenciária.
Diante disso, o BID destaca que “talvez o programa mais ambicioso de registro de autônomos na região é o de Microempreendedor Individual (MEI) no Brasil, destinado a formalizar os milhares de trabalhadores por conta própria que operam fora da formalidade em troca de um pagamento mensal bastante reduzido”.
Segundo o trabalho, foi dessa maneira que o programa conseguiu registrar em três anos quase 3 milhões dos 16 milhões de trabalhadores por conta própria no Brasil.
“América Latina e Caribe reduziram sua desigualdade e sua pobreza e enfrentarão as próximas décadas com maior otimismo do que no passado. Conforme a região cresce, aparecem novos problemas que os responsáveis pela condução da política econômica devem enfrentar. Como oferecer aposentadorias adequadas aos idosos é um desses problemas”, alerta o trabalho. “Apesar das grandes reformas da década de 1990, a cobertura previdenciária na região continuará sendo pobre.”
Os pesquisadores do BID alertam que há dois objetivos principais dos sistemas previdenciários. O primeiro é fornecer uma renda “suficiente” para atender às necessidades básicas dos idosos, ou seja, evitar a pobreza na terceira idade. Em segundo lugar, evitar quedas acentuadas na capacidade de consumo ao atingir a idade da aposentadoria, a chamada “suavização do consumo”, que pode gerar impactos negativos no mercado interno.
Segundo o estudo, a aposentadoria também é importante para a redução da pobreza, especialmente no Uruguai, no Brasil e na Argentina. O trabalho aponta que uma das grandes inovações das últimas décadas na região foi a expansão, “sem precedentes”, das aposentadorias não contributivas.
“Por exemplo, as aposentadorias rurais no Brasil são concedidas a partir dos 55 anos, para as mulheres, e dos 60 anos, para os homens. Outra manifestação desse efeito ingresso é que trabalhadores com idade próxima a de se aposentar (que ainda não são passíveis a ser contemplados) antecipem sua previdência ou diminuam sua carga horária de trabalho visando receber o benefício”, menciona a pesquisa.
Brasil
Segundo o BID, o Brasil vem passando por um movimento demográfico similar ao observado, por exemplo, na França e Suécia, de envelhecimento da população e diminuição de nascimentos, e isso impõe desafios em relação à sustentabilidade do sistema de aposentadorias no futuro.
“O melhor momento para o Brasil e os demais países da região pensarem no fortalecimento de seus sistemas previdenciários é enquanto a população é jovem, o que facilita a aprovação política de reformas e diminui o seu custo”, disse Carmen Pagés, coautora do estudo e chefe de Unidade de Mercado de Trabalho e Seguridade Social do BID.
O trabalho destaca que o Brasil é um país muito inovador em políticas de formalização e na última década conseguiu avanços importantes na criação de milhões de empregos formais. E alerta que seguir aprofundando a formalização se mostra uma maneira eficiente de aumentar a arrecadação previdenciária.
Diante disso, o BID destaca que “talvez o programa mais ambicioso de registro de autônomos na região é o de Microempreendedor Individual (MEI) no Brasil, destinado a formalizar os milhares de trabalhadores por conta própria que operam fora da formalidade em troca de um pagamento mensal bastante reduzido”.
Segundo o trabalho, foi dessa maneira que o programa conseguiu registrar em três anos quase 3 milhões dos 16 milhões de trabalhadores por conta própria no Brasil.
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