182Flávio Dino afirmou que grupo tradicional desfilando em carnaval é exemplo de “economia criativa”. Como todo bom esquerdista, é ignorante quando se presta a falar de economia. Deve ter ouvido alguém usar o termo em algum lugar e achou bonitinho. Agora sai repetindo por aí como se soubesse do que fala. Economia criativa nem de longe pode ser comparada ao exemplo do comunista. Eu sempre disse que a tal “intelectualidade” de Flávio Dino é tão verdadeira quanto uma cédula de R$ 3,15. Está na hora de provar mais uma vez.
Em 2001 o inglês John Howkins lançou o livro “The Creative Economy”, em português Economia Criativa. O termo se popularizou rápido. Para quem realmente lê sobre as coisas que fala, procura se informar ao invés de repetir o que ouve, o livro não é nenhuma novidade. Usa o mesmo paradigma de “O Ócio Criativo”, do sociólogo Domenico De Masi. Livro lançado ainda em 1938.
fdfacePara Flávio Dino um grupo folclórico, custeado com dinheiro público para desfilar no carnaval, é um exemplo de “economia criativa”. Todos sabem como funciona a indústria cultural no Maranhão. Nada contra esses grupos, mas quem dá “as forças” são prefeituras e o governo do estado. Aliás, essa simbiose entre poder público e cultura popular, tão festejada por Dino, foi potencializada no Maranhão por Roseana Sarney. Ironia do destino, não é?
Ainda na década de 1990, Roseana Sarney inflacionou cachês de grupos tradicionais. O que se viu ao longo do tempo foi que estes grupos, antes ligados a empresas, associações, escolas e outras categorias da sociedade, foram privatizados pelos governos municipais e estadual. Ninguém mais ousa ir atrás de um grupo desses, vai atrás do Governo e pede uma “data”. Ou seja, o que se criou foi um monopólio cultural. É o governo privatizando um setor, impedindo o acesso de outros a ele e acabando qualquer ambiente que possibilite inovação. E isso, amiguinhos, nem de longe pode ser considerado economia criativa como disse esse senhor.
Quando se referiu a economia criativa, Howkins falava de uma área de produção de riqueza baseada na inovação. Pegando como gancho as teses de Domenico De Masi sobre o crescimento do tempo livre (ócio) potencializado pelo crescimento do uso de tecnologias na produção de bens, globalização e criatividade.
Estas coisas iriam desencadear o aparecimento de um ambiente propício para o aparecimento de atividades econômicas de grande ou pequena escala baseadas no uso da criatividade como motor para a descoberta de mercados. O empreendedor criativo identifica ou cria uma necessidade e a partir dela faz uso de seu potencial para atender a estas demandas. Os exemplos estão aí aos montes: aluguel de cadeiras de sol em praia, estúdios de design colaborativos, pequenas empresas incubadoras de softwares, delivery de comida congelada baseadas em dietas famosas e por aí vai…
Agora me digam, me respondam. Como um grupo de São João bancado com dinheiro público, totalmente alheio ao mercado considerado normal, que desfila em festa de carnaval pode ser um exemplo de economia criativa?
Flávio Dino, vai procurar estudar as coisas que ouve antes de sair repetindo, cara.
PS: Preciso de voluntários que me ajudem a comprar exemplares de cada um destes livros e enviar para o PCdoB. Vamos ajudar Flávio Dino a ser uma pessoa melhor.
Os dois custam cerca de R$ 100,00. Eu poderia comprá-los se não estivesse liso por pagar uma multa ao TER acionado por vocês sabem quem. Além disso, jornalista é tudo liso.( Do Blog do Linhares /JP )