quarta-feira, 5 de março de 2014

Assalto com reféns termina com três presos

Assalto com reféns termina com três presos  (Foto: Dário Pedrosa)
(Foto: Dário Pedrosa)
 

A pacata cidade de Salvaterra, na Ilha do Marajó, viveu uma situação bem diferente da sua rotina neste domingo de carnaval. Um assalto encenado na reprodução de ambiente hollywoodiano, tal foi o teor de audácia dos marginais. Era por volta das 13h quando o prédio pertencente à empresa Pena Branca foi invadido por um grupo de três homens portando arma de fogo e utilizando perucas, máscaras e capus para dificultar suas identificações.
No interior do prédio, que também abriga uma casa que serve como residência para o gerente da empresa na cidade, Jaime do Rosário dos Anjos, estavam, além dele, dois amigos, Durval Gonçalves Ferreira e Diego José de Vasconcelos Ferreira, que se preparavam para participar de um almoço em outro endereço. A chegada do assaltantes surpreendeu os dois, mas Jaime estava no interior da casa quando viu a entrada dos três elementos estranhos e percebeu quando os mesmos colocaram as máscaras e a peruca e puxaram revólveres de dentro das pequenas bolsas que levavam sem serem notadas.
Jaime aproveitou para tentar falar com policiais pelo celular, escondendo-se num dos quartos da casa. Sem sucesso nas tentativas de contato com militares, ele então resolveu ligar para sua esposa, Marileia Assunção, solicitando dela auxílio para acionar força policial. Somente após este contato o gerente foi localizado e trazido para se juntar aos outros dois que estavam sendo feitos reféns.
Os militares do 8º Batalhão Marajó foram acionados e deslocaram-se para cena do crime, sob o comando do Sargento Edival. A guarnição foi composta pelo sargento Jediel, cabo J. Pinheiro e soldado Dias. Os demais, que haviam saído de serviço, foram acionados juntamente com policiais civis.
Com a chegada dos policiais, o bando, que já preparava-se para sair do local, foi surpreendido e respondeu com tiros, forçando o militares a manterem-se abrigados na entrada principal da área. Eles revidaram, uma vez que os elementos estavam sozinhos e as vítimas haviam sido deixadas dentro da casa amarradas e com a ordem de somente saírem dali após uma hora da saída do bando.
Os estampidos provocados pelos disparos despertaram a curiosidade da população e imediatamente um volumoso número de pessoas cercou o local, dificultando a ação policial.
Os bandidos recuaram para o interior da casa e fizeram reféns os três rapazes que haviam deixado amarrados. E continuaram atirando na direção dos policiais para impedir seus avanços.
A negociação foi iniciada na tentativa de fazer os elementos se renderem. Eles exigiam a presença de equipes de imprensa da capital do estado, para efetuarem suas rendições. Mas lhes foi explicado que seria impossível, até por que o tempo para a chegada de qualquer equipe seria muito longo e a população já estava querendo invadir o local para linchá-los, o que os policiais teriam dificuldade de impedir.
Os marginais perceberam a realidade do perigo devido aos gritos da população e resolveram oferecer rendição em troca de proteção. Mas, quando entregaram suas armas longe das viaturas, os populares avançaram e quase uma tragédia foi registrada.
Os indivíduos ainda foram atingidos por diversos socos e pontapés, mas foram salvos pela ação policial, que conteve os ânimos da população. Imediatamente eles foram postos na viatura com o auxílio dos demais policiais que chegaram para dar reforço, e foram conduzidos para a delegacia de Salvaterra.
Na delegacia, foram iniciados os procedimentos de identificação de cada um dos assaltantes. Os três já possuem passagem pela polícia em Belém, onde residem. Neivaldo Santos Silva, 25 anos, residente da rodovia Augusto Montenegro, passagem das Palmeiras, em Icoaraci, foi identificado como o líder do bando por ser quem dava as ordens e apresentava comportamento mais violento. Everton Leal Moraes, 35 anos, residente da rua dos Pariquis, Cremação, e Moisés Serrão Oliveira, 33 anos, residente da passagem Lauro Pessoa, no Guamá.
Os procedimentos foram feitos pela equipe de Polícia Civil, sob o comando do delegado superintendente Arilson Caetano, com o auxilio do delegado Luciano Cunha. Segundo Arilson Caetano, a ação dos assaltantes teve planejamento e auxílio de outras pessoas, pois a hora e o dia escolhidos eram propícios para a ação, uma vez que a cidade estava toda em calmaria. “Eles pretendiam realizar toda a ação e sair calmamente pela porta da frente, como se fossem pessoas comuns que foram até o local comprar alguns dos produtos vendidos ali. Se o rapaz não tivesse visto e suspeitado da situação, eles teriam se dado bem. Mas a policia foi rápida e eficiente e conseguiu frustrar a ação”, comentou Arilson.
Os elementos usaram dois revólveres calibre 38 e foram efetuados três disparos contra os policiais. Mesmo com o revide dos policiais, ninguém foi ferido e, após a rendição, ainda foram feitas incursões pela cidade na busca pela localização de um quarto elemento que estaria em uma moto dando suporte externo, mas ninguém foi encontrado.
(Diário do Pará)



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