Desembargador Guilherme Calmon, do CNJ: cobrança de dados dos tribunais sobre servidores fichas sujas
O
Tribunal de Justiça do Piauí não informou ao Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) a relação dos nomes das pessoas condenadas em decisões
colegiadas - os chamados fichas sujas do serviço público - ocupando
cargos de confiança no Judiciário. O CNJ está fazendo um monitoramento
em todos os tribunais e demais órgãos do Poder Judiciário do país. O
Conselho adverte que a regra proíbe a presença de fichas sujas no
Judiciário.
O Tribunal de Justiça do Piauí é um dos
poucos do país que ainda não responderam ao Conselho se cumprem ou não a
norma de exonerar pessoas consideradas fichas sujas. O CNJ revelou que
tribunais de todo o país exoneraram pelo menos 19 pessoas de cargos de
confiança desde que, há um ano e meio, entrou em vigor a lei. O conselho
não detalhou em quais tribunais as demissões ocorreram, mas divulgou
que as informações são resultado de um monitoramento permanente de 89
órgãos do Poder Judiciário, entre os quais tribunais estaduais,
federais, trabalhistas, militares e superiores.
O Tribunal de
Justiça do Piauí e os Tribunais Regionais do Trabalho da 10ª Região
(Distrito Federal e Tocantins) e da 13ª Região (Paraíba) foram os únicos
que não responderam ao CNJ se cumprem a norma e nem enviaram detalhes
sobre como evitam a permanência dos fichas sujas nos seus quadros. O
conselheiro do CNJ e desembargador Guilherme Calmon, responsável por
acompanhar o cumprimento da resolução, disse que o conselho vai reiterar
o pedido aos três tribunais que não enviaram as informações.
"Possivelmente
quem não mandou pode ter tido atraso na coleta dos dados ou está em
situação de irregularidade. Isso é uma resolução à qual todos os
tribunais têm que se submeter. Por isso, vamos reiterar a solicitação
das informações", disse Calmon.
Ainda conforme o conselheiro, a
permanência de comissionados em situação irregular é facilmente
verificada nos órgãos da Justiça em razão do acompanhamento dos próprios
servidores.
"Essas pessoas que estão em cargo comissionado e
não são do quadro efetivo estão sob os olhares dos sindicatos. Quando há
descumprimento da lei ou da resolução, o sindicato é o primeiro a
representar e denunciar, por uma razão muito simples: porque acaba
prejudicando os servidores do quadro", diz ele.
( Diário do Povo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário