
Wagner Pires
O ministro Guido Mantega já sinalizou que vai viabilizar mais recursos para que o BNDES continue a conceder empréstimos a juros subsidiados de 5% ao ano.
A classe empresarial brasileira se ressente dos sinais econômicos contraditórios que o governo está emitindo. Por um lado eleva a taxa básica de juros – a taxa Selic – empurrando os juros do mercado financeiro para cima e dificultando a tomada de empréstimo neste mercado para as pequenas e médias empresas, já que a Selic é que baliza o mercado de crédito.
Por outro lado, concede juros – via BNDES – a um seleto grupo de empresas que passa pelo “crivo” de segurança dessa concessão.
Com isso o governo discrimina milhares de empresas que não conseguem empréstimo no setor financeiro, pois o dinheiro ficou caro, e elege como campeãs outras dezenas, albergadas por empréstimos de juros baixo do banco de crédito de longo prazo brasileiro – o BNDES.
A maior parte dos recursos do BNDES se constitui de montantes transferidos diretamente do Tesouro Nacional. É dívida que o nosso Tesouro cria para si, a fim de levantar recursos e transferi-los ao BNDES. Essa dívida, ano passado, custou em juros para o Tesouro, isto é, para nós contribuintes, 16 % ao ano. Ou, se se preferir, R$ 248,9 bilhões.
CAMPEÕES NACIONAIS
E o Mantega quer continuar com esta seleção dos “campeões nacionais”.
Fazendo assim o governo interfere no livre mercado, desequilibra a concorrência, fomentando artificialmente o desequilíbrio da dinâmica econômica. O governo tem de criar condições para que o mercado financeiro – os bancos privados – é que concedam empréstimos de longo prazo. Pois assim o crédito atende ao mercado de maneira difusa, generalizada, abrangente.
Não é só a Dilma que é gerentona, mas, toda a equipe econômica dela. Prova disso é a inflação, que está sendo administrada.
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