terça-feira, 1 de abril de 2014

Fiscalização encontra baratas, fezes de roedores e produtos estragados e vencidos no Bompreço



Augusto Freitas/Diario de Pernambuco



Interdição por cinco dias do Bompreço de Casa Aamarela contou com o apoio de fiscais da Adagro-PE (Augusto Freitas/DP/DA Press)
Interdição por cinco dias do Bompreço de Casa Aamarela contou com o apoio de fiscais da Adagro-PE
A operação conjunta realizada pelo Procon-PE, Vigilância Sanitária do Recife, Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), Delegacia do Consumidor e Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-PE) fechou o mês de março com uma nova interdição de supermercado no Recife. Na manhã desta segunda-feira (31) foi a vez do Bompreço de Casa Amarela, na Rua Paula Batista, sofrer uma interdição por cinco dias contados a partir de hoje.

 
As razões pela punição foram semelhantes às encontradas pelos órgãos em outros estabelecimentos comerciais interditados nos úlimos dias: alimentos estragados e impróprios para o consumo, produtos vencidos e revalidados e equipamentos de refrigeração e congelamento supostamente desligados durante a noite. No Bompreço, os fiscais também flagraram vestígios da presença de roedores em mercadorias e insetos, como baratas.

De acordo com o Procon-PE, cerca de 500 quilos de mercadorias impróprias para o consumo e venda foram apreendidas pelos órgãos de fiscalização. Além disso, fiscais da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro-PE), que participaram pela primeira vez das operações, informaram que a carne de charque vendida pelo Bompreço não possuia registro de inspeção do órgão e, consequentemente, não poderia estar sendo vendida no estabelecimento.

“Encontramos várias irregularidades na vistoria. Carnes variadas e charques vencidas, produtos revalidados, o que é proibido pela legislação, e temperaturas de conservação de frios em desacordo com as normas da Vigilância Sanitária. Na padaria, encontramos pasteis prontos com marcas de roedores, prontos para serem fritados, e também baratas e fezes de roedores no depósito de alimentos”, explicou José Rangel, coordenador geral do Procon-PE.

Segundo ele, o Bompreço está sujeito a uma multa de cerca de R$ 200 mil por conta das irregularidades encontradas. O estabelecimento também pode ser multado pela Vigilância Sanitária em até R$ 400 mil. A Vigilância informou, inclusive, que no carnaval o estabelecimento já havia sido notificado por vender carne de boi pré-moída, o que é proibido por lei (o produto deve ser moído na frente do consumidor). Dois funcionários, entre eles um da gerência, foram levados à Delegacia do Consumidor para prestar esclarecimentos, como informou o delegado titular, Roberto Wanderley.

“Muitos alimentos estavam vencidos e imprórpios para a consumo, como pizzas, carnes de boi e frango e queijos, alguns deles descongelados, o que não poderia ocorrer. A Adagro, que fiscaliza os produtos derivados de animais, vai continuar dando apoio à operação”, informou Geise Belo, chefe de controle de alimentos da Vigilância Sanitária do Recife. “A fiscalização vai se estender a outros estabelecimentos do Grande Recife e do interior para o serviço ser moralizado. O consumidor deve ser respeitado sempre por que se trata de saúde pública”, reforçou José Rangel.

Procurado pela reportagem do Diario, o Grupo Walmart, que controla a bandeira Bompreço, informou, através de uma nota divulgada pela assessoria de comunicação, que “o Bompreço tem como prioridade a qualidade dos alimentos comercializados, que são monitorados desde o seu recebimento até a armazenagem e exposição, respeitando todas as normas de segurança alimentar.  A empresa também já abriu procedimento interno para apurar os pontos levantados pelas autoridades nesta segunda (31) e tomará as providências necessárias para que a loja volte a funcionar o mais breve possível, uma vez que o incidente não condiz com os padrões operacionais da rede”.

Sequência de interdições

Com mais um fechamento de supermercado no Recife hoje, sobe para quatro o número de estabelecimentos interditados totalmente pelo Procon-PE e Vigilância Sanitária do Recife, com o apoio da Delegacia do Consumidor, Ipem, MPPE e Adagro-PE, em um intervalo de apenas dez dias. Todos os estabelecimentos foram interditados por razões semelhantes, como a prática ilegal de comercializar mercadorias impróprias para o consumo e vencidas.

Na semana retrasada, o Extra, da Avenida João de Barros (cinco dias de interdição) e o Pão de Açúcar da Avenida Rosa e Silva (interdição no setor de refeições, liberada no mesmo dia após as correções), ambos no Espinheiro, já haviam sido autuados durante a mesma operação de fiscalização. Na última semana, foi a vez do Extrabom, na Zona Norte, também em Casa Amarela, e do Carrefour, na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem. As denúncias dos consumidores à Vigilância Sanitária podem ser feitas através dos telefones 0800 281 1520 ou (81) 3355-5416.

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