É como dizia Montesquieu na teoria de separação dos poderes: só um poder pode barrar outro poder.
Quando um poder, portanto, resolve abrir mão de ser poder para submeter-se a outro, o resultado é a aniquilação de seus próceres.
Quando um poder, portanto, resolve abrir mão de ser poder para submeter-se a outro, o resultado é a aniquilação de seus próceres.
Não foi apenas Arnaldo Melo o humilhado
no desfecho da disputa pela vaga de candidato ao senado no PMDB, que
impôs na marra o nome de Gastão Vieira.
Nos corredores da Assembleia Legislativa,
todo deputado estadual sabe que há em curso no Palácio dos Leões um
projeto para que nenhum dos atuais parlamentares ainda governistas,
consigam se reeleger. A exceção é Edilázio Jr, cuja sogra é a
desembargadora Nelma Sarney e Roberto Costa, apadrinhado do Senador João
Alberto. Os dois são os únicos que ainda defendem o governo na tribuna
daquela casa.
Sarney e Lobão trabalham para garantir
que suas próprias famílias permaneçam no poder usando especialmente o
parlamento. Zequinha Sarney lançará o filho, Adriano, à sucessão
estadual, Ricardo Murad tem em mentes lançar a filha e o genro. Os Lobão
e os Sarney tem outros tantos preferidos e nenhum deles está entre os
atuais parlamentares.
Arnaldo Melo e a Assembleia Legislativa
votaram TUDO que o grupo Sarney quis nos últimos anos. A casa se
submeteu até a participar de uma jogada estapafúrdia, abrindo mão de sua
vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para deslocar o vice
governador e abrir espaço para uma candidatura indireta de Luís Fernando
Silva ao governo do Estado, como queria Roseana. Tudo o mais que o
governo quis foi aprovado sem dificuldades, ainda que custasse o
desgaste do parlamento estadual.
Em troca dos favores prestados nos
últimos anos, tudo o que o Parlamento pediu à governadora Roseana Sarney
foi a indicação de Arnaldo Melo para ser o candidato do PMDB ao Senado.
Fizeram ato e abaixo assinado em prol de Melo. O governo respondeu com
a típica solução vinda de cima para baixo, passando por cima de todos.
Se havia alguma dúvida junto a alguns
parlamentares governistas de que o consórcio Sarney-Lobão vai
canibalizar a própria base aliada para garantir espaço a familiares e
neo-acólitos, com esse gesto humilhante de impor o nome de Gastão Vieira
goela abaixo, não há mais.
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