Agência O Globo
Foto: Bruno Peres/CB/D.A Press |
Sem citar as diretrizes que serão apresentadas à campanha de Dilma, o presidenciável do PSB afirmou que não deve haver uma mudança da Lei da Anistia para punir torturados."Acho que a Lei da Anistia foi para todos os lados. O importante agora não é ter uma visão de revanche. Falo isso muito à vontade porque a minha família foi vítima do arbítrio", disse o presidenciável.
Avô de Campos, Miguel Arraes foi preso em 1964, quando era governador de Pernambuco, após o golpe militar e teve de se exilar na Argélia. O pré-candidato do PSB acredita que a lei foi importante para permitir a volta da democracia.
O ex-governador se solidarizou com a família do ex-deputado federal Rubens Paiva em razão da decisão da Justiça de aceitar abrir ação penal contra os responsáveis por sua morte, mas evitou entrar em detalhes sobre o caso. "A anistia naquele momento foi ampla, geral e irrestrita. Essa foi a regra que nós aceitamos para fazermos a transição democrática do jeito que fizemos", disse Campos.
Ontem, a Comissão Executiva Nacional do PT, ao aprovar as diretrizes que servirão de base para o programa de governo de Dilma Rousseff, defendeu a "punição dos crimes praticados por agentes do Estado durante a ditadura militar". O texto diz ainda que isso ajudaria a impedir "a continuidade destas práticas nas Forças Armadas e de Segurança, na Justiça e no sistema prisional, na criminalização dos movimentos sociais e na discriminação contra as camadas populares".
Durante o governo Dilma, no entanto, a posição do Planalto foi de não tomar iniciativa sobre a revisão da Lei da Anistia. Os ministros Celso Amorim (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça) já afirmaram recentemente que o governo não pretende discutir alterações na lei.
Eduardo Campos fez comentários hoje também sobre outro ponto que consta nas diretrizes aprovadas pelo PT: a necessidade de regulação dos meios de comunicação para "proteger e promover os direitos humanos e combater os monopólios". O presidenciável do PSB disse, ao ser indagado, não ver necessidade de alteração da legislação para regular a atividade dos veículos de comunicação. "Quem regula a imprensa é o leitor. Se eu não gosto de determinado veículo eu passo para outro", disse o pré-candidato do PSB.
De acordo com Campos, a sua campanha não abordará o tema. "Não está no nosso programa de governo nem é uma prioridade do nosso programa de governo tratar dessa matéria".
Antes, em palestra para representantes da indústria farmacêutica, Campos foi questionado sobre a regulação dos preços de medicamentos pelo Estado e disse ser contra a interferência excessiva. "Quanto menos o Estado intervir definindo preços, essa é a regra do sistema capitalista".
Durante a palestra, Campos também voltou a atacar o programa Mais Médicos do governo federal."Não podemos colocar a sociedade contra os médicos" afirmou.
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