sábado, 3 de maio de 2014

O livro de Piketty (“O Capital no Século XXI”) e os ricos cada vez mais ricos


Flávio José Bortolotto
Bom artigo da profª e economista Mônica Baumgarten de Bolle, sobre o famoso livro do economista francês Thomas Piketty, que está fazendo tanto sucesso, e que ainda não li.
A tese central do Livro de Piketty é a de que: “Quando a taxa de rendimento do capital excede a taxa de crescimento da economia (dado pelo PIB, Produto Interno Bruto), a desigualdade (medida pelo índice de Gini) aumenta”. Os ricos ficam mais ricos, a classe média na melhor das hipóteses fica estagnada, muitos vão para trás, e os pobres ficam mais pobres inapelavelmente, tudo em relação aos ricos.
Numa época de crise financeira internacional, de “desconstrução do “american dream” (trabalhando duro e com vida austera, no fim o senhor enriquecerá), a tese aponta que para “melhorar a vida dos pobres e da classe média”, o que todos os governos buscam, e todas as oposições sonham em apresentar a receita, é preciso baixar a Taxa de Rendimento do Capital, que a meu ver gira em torno da Taxa de Juro Líquida (descontada a Inflação), que tradicionalmente é de +- 5% ao ano, via taxação do capital financeiro, ou redução dessa taxa de juro lquida, via inflação,que agiria como uma taxação indireta, e fomentar a taxa de crescimento do PIB para valores acima dessa taxa de juros líquida, via aumento do investimento privado e público.
A TESE DE PIKETTY
Pela tese de Piketty, a grosso modo, quando a taxa de crescimento do PIB é maior que 5% a/a, a desigualdade em riqueza relativa fica estagnada, sendo que altas taxas de crescimento do PIB, maiores que 5% a/a, com relativa inflação alta, reduziriam a desigualdade relativa.
A deflação (inflação negativa) favoreceria os ricos, e logicamente aumentariam a desigualdade, o que não é recomendável, e uma inflação relativamente alta controlada, digamos +- 5% a/a, diminuiria a desigualdade, favorecendo a classe média e especialmente os pobres, principalmente quando o PIB cresce a altas taxas acima de 5% a/a.
Mas a meu ver, o que causa maior desigualdade do que a diferença entre a taxas de juros líquida e a taxa de crescimento do PIB, é a desregulação dos mercados Financeiros. Esta, a verdadeira causa das crises financeiras e que permite aos investidores ganhar em pouco tempo muito mais do que o lucro normal. Isso não tem nada a ver com o capitalismo de mercados, mas tudo a ver com desregulação dos mercados financeiros e com os fluxos de capital pelo mundo todo.
Só nessa última crise financeira de 2008, que ainda estamos vivendo, foram retirados de uma economia global de +- US$ 90 Trilhões (PIB Mundial) cerca de +- US$ 35 trilhões. portanto mais de 1/3 do PIB mundial de um ano todo, que foram desviados para “paraísos fiscais”, contas bancárias seguras.
Para não haver colapso no sistema como um todo, os bancos centrais emitiram dinheiro em forma de dívida pública , no valor desses +- US$ 35 Tri. que rendem juros e que terão que ser pagos ao longo de +- 50 anos, e que agem na economia como um superimposto e causam um efeito de arrasto na economia, impedindo a melhoria do padrão de vida média do povo em geral.

 
 

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