César Cavalcanti
A frase “Le Brésil n’est pas un pays serieux” (O Brasil não é país sério), atribuída ao general De Gaulle pela imprensa nos anos 60, na verdade foi pronunciada pelo então embaixador brasileiro Carlos Alves de Souza Filho, ao fazer um desabafo. Não importa o autor, o fato é que, mais de 50 anos depois, esta frase continua representando a pura verdade.
Não se pode ter como sério um país onde a baderna impera em todos os rincões , inclusive chegando ao cúmulo de ter sob patrocínio oficial do governo os desmandos praticados pelos integrantes do Movimento dos Sem-Terra, por exemplo.
DINHEIRO NA CUECA
É também inadmissível num país que se diz democrático se tentar esconder do povo escândalos em que o dinheiro, quando não vai para o bolso ou para a cueca dos corruptos, escapa pelo ralo das inaptidões dos burocratas.
Um país em que, descaradamente, os governantes dizem faltar dinheiro para saúde, educação, segurança, mobilidade social e por aí vai, mas se gastam bilhões para a construção de monumentais estádios de futebol; um país cujo judiciário não cumpre o papel de fazer uma justiça séria, de qualidade, rápida; um país com um legislativo de maioria corrupta, repleto de preguiçosos e incompetentes; um país cujo executivo adota uma politicagem condenável, visando interesses escusos dos seus altos escalões e deixando ao largo a população – um país desses não pode ser sério, realmente!
O Brasil começou sua existência com as Capitanias, depois a Monarquia, passou para um simulacro de Democracia, mas caminha mesmo – e a passos largos – para a Anarquia.
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