
(Foto: Michelle Moura)
O
que era para ser apenas uma boa notícia para os produtores rurais do
Estado – a declaração internacional de que o Pará está livre da febre
aftosa – se tornou mais um exemplo de desperdício de recursos públicos. A
caravana paraense que foi a Paris na semana passada receber o
certificado chamou a atenção pelo tamanho e pelo tempo da passagem por
Paris, uma das cidades mais visitadas por turistas de todo mundo.
A comitiva oficial comandada pelo
governador Simão Jatene incluiu também o secretário de Estado de
Agricultura, Andrei Gustavo Castro; o diretor geral da Agência de Defesa
Agropecuária (Adepará), Sálvio Freire; o secretário de Estado de
Comunicação, Daniel Nardin, o tenente-coronel Cesar Mello,
ajudante-de-ordem; além de Ivaldo Santana, diretor técnico da Adepará, e
Glaucio Galindo, gerente de Epidemiologia e Emergência Agropecuária da
Agência. Só com diárias, o custo estimado pode chegar a 30 mil, sem
contar gastos com passagens e outras despesas.
O grupo paraense foi formado
também por representantes de entidades privadas ligadas ao setor da
pecuária. A comitiva bancada com recursos públicos, contudo, foi
avaliada pela oposição como exagerada no momento em que o Estado
enfrenta ameaças de greves dos professores e falta de remédios em postos
de saúde e tem usado, em muitos casos, a falta de recursos para
justificar os problemas. O número de dias que os paraenses passarão em
Paris também foi alvo de críticas. A autorização da Assembleia
Legislativa para a viagem do governador fixou um período de seis dias
(de 24 de maio a 1º de junho), incluindo um fim de semana. Houve casos,
porém, como do assessor especial Mário Aparecido Moreira, que, de acordo
com o Diário Oficial do Estado, recebeu nove diárias e meia.
O motivo apresentado à Assembleia
Legislativa para a ida de Jatene e seus assessores a Paris foi a
entrega, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), do certificado
de que o Estado está 100% livre de febre aftosa. O fato é mesmo um feito
importante para a pecuária paraense, mas fruto muito mais do esforço
conjunto dos produtores do Estado, já que cabe aos pecuaristas a compra e
aplicação da vacina, etapa importante para erradicar a doença em
território paraense.
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