segunda-feira, 30 de junho de 2014

Enganações, padrão Brasil e padrão Fifa

Chico Maia
O Tempo
A Holanda acabava de empatar e perguntei ao doutor Antônio Bahia Neto, um dos grandes nomes da nova safra da cardiologia mineira, se os comandados do Louis Van Gaal aguentariam a prorrogação. Eram 39min do segundo tempo, depois de uma pauleira contra o México – que estava sabendo tirar proveito técnico e físico de jogar na América do Sul –, com temperatura acima de 30°C e a umidade de Fortaleza, uma das mais belas e quentes cidades do Nordeste brasileiro.
Com minúcias e ressalvas necessárias, Bahia mal terminava de explicar as dificuldades de um europeu dos países baixos nessas condições quando Robben sofria o pênalti que faria a Holanda chegar aos 2 a 1. Ufa! Estava salva a sequência da Copa, no que se refere à disputa entre europeus e sul-americanos nos Mundiais. Eles nunca ganharam um título em nosso continente. Assim como foi salva a imagem de Luiz Felipe Scolari e comandados contra o Chile no sábado. O técnico Jorge Sampaoli foi embora indignado, dizendo que não merecia sair do Mundial dessa forma. Engano dele: se tivesse treinado melhor as cobranças de pênalti não teria sido eliminado. Talvez tenha faltado apenas essa circunstância ao excelente trabalho dele à frente da “Roja”.
Dano
Mas, mesmo salva, a imagem de Scolari e jogadores saiu gravemente arranhada, e a suspeição quanto à superioridade deles entrou no lugar do título já ganho previamente nas palavras do treinador imediatamente à convocação dos 23 para este Mundial. Foram patéticas as cenas de Scolari perdido entre o término do tempo regulamentar, a prorrogação e as cobranças das penalidades. Estava no rosto que ele não sabia o que fazer.
Salve-se quem puder!
Saindo da sua discrição habitual, Parreira orientava os jogadores e ao próprio treinador, enquanto o capitão do time, o zagueiro mais caro do mundo, Thiago Silva, sentado sobre a bola, chorava copiosamente e recebia força moral do reserva Paulinho. Que capitão! Enquanto isso, o goleiro Victor “emprestava” ao companheiro Julio Cesar o terço usado naquele mesmo gol na final contra o Olimpia pela Libertadores do ano passado.
Máscara que cai
A seleção brasileira pode embalar e ser campeã, mas está provado outra vez que arrogância e mentiras não funcionam quando se deparam com um adversário qualificado dentro e fora de campo. E não satisfeito com o seu teatro fracassado, Felipão ainda quis se postar de vítima na entrevista coletiva depois do jogo, dizendo que estamos sendo “bonzinhos” demais com as seleções estrangeiras.

 
 

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