segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A semana dos ajustes

Carlos Chagas
Esta é a semana para os institutos de pesquisa ajustarem seus números de forma a não passarem pelo vexame de assistir o eleitorado, mais do que desmenti-los, demonstrar ter havido manipulação de resultados. Em especial nas eleições de governador, mas sem esquecer as presidenciais, também. Do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, de Goiás aos estados do Nordeste, houve e mais haverá danças e alterações em torno dos candidatos. Seria penoso, como  perigoso, dar exemplos, até porque a verdadeira pesquisa só acontecerá nas urnas, domingo que vem. Como explicar, porém,  que dependendo dos institutos, candidatos antes mostrados como favoritos estejam  agora sendo ultrapassados?
Claro que o ser humano é volúvel, tanto quanto infiel, ao tempo em que perto de 50 milhões, dos 143 milhões de eleitores, só agora venham a decidir em quem votar.  Mesmo assim, a ninguém será dado confiar integralmente nas empresas especializadas em sondar as tendências gerais. Pesquisas são pagas. Compõem um grande negócio. Ganha-se dinheiro com elas, além da regra fundamental de que o freguês deve ter sempre razão, pelo menos até a hora da verdade.
Em suma, esta é a semana dos ajustes, mesmo sujeitos a desagradáveis surpresas. Tem sido assim ao longo das eleições, ainda que se possa desculpar através do argumento de que “o povo mudou”.  Geralmente não muda, mas é preciso garantir o faturamento nas eleições futuras. Talvez por isso, em muitos países, proíbem-se as pesquisas.
A NATUREZA DAS COISAS
Caso passem para o segundo turno Dilma e Marina, a decisão final será tomada pelos que votaram em Aécio e penduricalhos? Se dependesse de decisões exclusivamente partidárias, com certeza a ex-senadora bateria a presidenta. PSDB e DEM têm como ideia fixa afastar o PT do poder. Será aberta, no entanto, a temporada  da Oração de São Francisco, aquela do  “é dando que se recebe”.
Os companheiros podem ser radicais e obstinados, mas bobos não são. Já tem gente, no PT, caçando tucanos e democratas na tentativa de minimizar as perdas. Para garantir a reeleição, vale recolher presas e garras em nome da pacificação ou, pelo menos,  da  convivência. Governadores da oposição precisarão do governo central, podem ser a chave.
Nessa operação já em andamento, será fundamental a atuação do Lula.



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