quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Famílias se mobilizam na limpeza e conservação das sepulturas



Velas e flores são os artigos mais procurados para homenagear os mortos.



No próximo domingo é comemorado o Dia de Finados, data em que famílias vão até os cemitérios visitar parentes ou amigos falecidos e prestam homenagens, seja com flores ou orações. O dia movimenta famílias e coveiros na limpeza e conservação das sepulturas. Nos cemitérios da capital já é possível ver que os funcionários da prefeitura encarregados na limpeza já estão a todo vapor para que os visitantes encontrem um ambiente bem cuidado, livre de sujeiras.

No caso do Cemitério do Gavião a prefeitura cuida da limpeza, porém a manutenção das sepulturas fica por conta da família proprietária. Carlos Frazão, de 64 anos, aposentado, conta que trabalhou por 37 anos como coveiro, limpando o Cemitério do Gavião e após quatro anos de aposentado o carinho pela profissão permanece. “Me aposentei, mas continuo fazendo ‘bico’. Tenho dez clientes aqui no cemitério que me pagam todo mês para cuidar da manutenção das sepulturas de familiares. Eles confiam em mim”, conta Carlos.

Para André Sardinha, de 52 anos, coveiro do mesmo cemitério há 25 anos, diz que também tem a sua clientela particular e que contratá-lo é certeza de que a sepultura vai estar sempre bem cuidada. “Eu arrumo tudo, lavo e pinto. A família pode vir quando quiser que vai estar tudo sempre organizado”, diz.

Como nem toda família pode arcar com um valor mensal, há a possibilidade de contratar o coveiro apenas para a ocasião especial do Dia de Finados. Foi o que fez a aposentada Rita de Cassia. “Todos os anos, na semana do dia de finados venho ao túmulo dos meus pais para limpar. Contrato sempre o coveiro Manoel, e o acompanho para ter certeza de que vai ficar tudo lindo. No sábado virei pôr as rosas e no domingo vem a família fazer orações e prestar homenagens”, relata Rita.

Ela ainda nos conta o quanto é deprimente olhar as centenas se sepulturas abandonadas no cemitério, “É triste ver que as pessoas se recusam a cuidar de seus mortos”, declara.

No bairro do Vinhais, o Cemitério Parque da Saudade encanta com sua grama verde bem cuidada e flores colorindo o ambiente. Lá não há grandes sepulturas, como no Cemitério do Gavião, o que há são as pequenas lápides grudadas ao chão. Isso faz com que os túmulos “esquecidos” passem despercebidos aos olhos dos visitantes.

Maria Araújo, de 66 anos, se reúne todos os anos com a família para arrumar o túmulo de seus parentes, trocando a pedra com a foto e colocando flores. “Venho aqui quase todo mês, mas a semana de finados é bem especial. A manutenção do cemitério é muita boa também, melhoraram bastante de dois anos atrás para hoje”, disse.

Quem também está se preparando para o Dia de Finados são os floristas. Essa época do ano é, sem dúvida, a mais lucrativa. Flores artificiais ou naturais, ramos, vasos e coroas.

O que não irá faltar são opções. A florista Dalva Oliveira, de 35 anos, conta que tem sua loja de flores há 10 anos e o domingo será de bastante movimentação. “Amanhã, iremos receber muitas flores naturais. Serão tantas que precisaremos colocá-las no fundo da loja onde a área é maior. Se o cliente quiser fazer uma encomenda de flores naturais, escolhendo o tipo e cor da flor que quer, ele deve ligar com, no mínimo, duas horas de antecedência. Mas ele não precisa se preocupar, pois o que não vai faltar é opção”, conta Rita.

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