Carlos Newton
Quando afirmamos aqui na Tribuna da Internet que a Justiça é o mais podre dos poderes do Brasil, há quem diga que se trata de um exagero. Infelizmente, não. É a mais pura e dura realidade, porque se a Justiça funcionasse a contento, a corrupção não teria atingido o assustador estágio em que se encontra, muitas outras irregularidades deixariam de ser cometidas e nossas eleições seriam mais limpas, sem despertar tantas suspeitas.
Nos últimos meses, as sucessivas matérias publicadas com exclusividade na Tribuna da Internet desde o início da campanha eleitoral mostravam algo que era sabido, mas a imprensa e os próprios políticos se negavam a discutir – a inacreditável, inaceitável e irrefutável vulnerabilidade da urna eletrônica.
E nesta eleição o Tribunal Superior Eleitoral, sob comando do ministro petista Antonio Dias Toffoli, mesmo instado por um procurador da República a realizar testes de segurança nas urnas eletrônicas, estranhamente se recusou a fazê-lo, e tudo ficou por isso mesmo, a oposição se esqueceu de protestar e de mostrar que estava atenta aos acontecimentos.
AS PROVAS ABUNDAM
Quem somente agora se preocupa com o assunto desconhece que as provas da vulnerabilidade da urna eletrônica são abundantes, pois há anos vêm sendo apresentadas por professores universitários, cientistas, técnicos em informática e até mesmo por hackers, que já invadiram urnas, deram entrevistas e participaram de debates públicos em entidades de classe, como a Sociedade dos Arquitetos e Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro.
A maioria das pessoas certamente desconhece também que a urna eletrônica é uma invencionice brasileira, que nenhum país sério adotou. Alguns até tentaram, como a Argentina, mas logo mudaram o sistema, porque não é admissível que as eleições não possam ter fiscalização rigorosa pelos partidos e sofram recontagem de votos em caso de dúvidas ou suspeita de fraude.
Mas o Brasil, estranhamente, insiste no uso dessas urnas eletrônicas vulneráveis, apesar das denúncias e das suspeitas surgidas desde os tempos de Leonel Brizola, que nunca aceitou essa estranha “inovação”. Há até um caso curiosíssimo ocorrido no Rio de Janeiro, em que o candidato Edgard de Carvalho Jr. (hoje, conhecido leiloeiro) denunciou que numa urna do Leme sua mãe votou nele para vereador, mas o voto não apareceu…
APURAÇÃO SECRETA
Na eleição de domingo, houve outra inovação: a apuração secreta, feita numa sala com apenas 30 funcionários da Justiça Eleitoral, e sem divulgação parcial pelos Tribunais Regionais Eleitorais.
Lembremos que nas eleições anteriores os números sempre eram passados paulatinamente pelos TREs, a imprensa acompanhava atentamente em cada capital, e a possibilidade de fraude diminuía.
Desta vez, sob pretexto de que o recém-adotado horário eleitoral (vejam só que coincidência!) estabelecia três horas de diferença com o Acre, a Justiça Eleitoral de Toffoli inventou a apuração secreta. Ou seja, cada TRE divulgava apenas a votação nos Estados onde ocorreu eleição para governador no segundo turno. E as informações sobre a eleição presidencial eram enviadas ao TSE e somente ele fazia a totalização e a divulgação.
É claro que essa sistemática favorece que haja tentativas de fraude, bastando que exista conluio entre os TREs e o TSE, especialmente nos estados onde não houve segundo turno para governador, como Minas, Bahia e a grande maioria dos Estados do Nordeste, pois nem a imprensa local nem os partidos acompanharam a apuração.
Bem, estes são os fatos, todos eles irrefutáveis, não podem ser contestados, esta é a situação real. A desculpa do horário de verão é patética, porque havia duas soluções: atrasar por alguns dias a entrada em vigor em vigor do horário de verão ou simplesmente adiantar em uma hora a votação no Acre.
A JUSTIÇA PODRE
O pior é saber que em outros países que já adotaram urnas eletrônicas, como a Argentina, o sistema foi adaptado para que possa haver conferência e recontagem. São mudanças muito simples e que tornam mais confiável a eleição.
Mas no Brasil não pode ser adaptado o sistema, simplesmente porque o Supremo Tribunal não permite. O Congresso já aprovou uma lei para adaptação da urna eletrônica, por iniciativa do senador Roberto Requião (PMDB-PR), mas o Supremo a declarou inconstitucional, sob o ridículo argumento que o voto é secreto e não pode ser impresso, mostrando que nesse importantíssimo julgamento os ilustres ministros deste apodrecido tribunal nem se deram ao trabalho de tentar saber como é que o sistema de impressão do voto consegue funcionar em outros países, sem que o sigilo seja quebrado.
É triste ver a Justiça dominada, amordaçada, enxovalhada. E o domínio do Supremo pelo PT vai piorar, porque nos próximos quatros anos o governo PT nomeia mais quatro ministros. Assim, terá escolhido 10 dos 11 integrantes do STF. Isso, se o ministro Gilmar Mendes não pedir aposentadoria, porque nesta hipótese o PT então ficará com maioria absoluta. Ah. Brasil!…
PS – A Tribuna da Internet continua sob ataque, com imensa dificuldade para postar textos e moderar comentários. Esperemos que os especialistas do UOL descubram logo o que está ocorrendo, que é comum também em outros blogs independentes, como o de Cláudio Humberto.
Quando afirmamos aqui na Tribuna da Internet que a Justiça é o mais podre dos poderes do Brasil, há quem diga que se trata de um exagero. Infelizmente, não. É a mais pura e dura realidade, porque se a Justiça funcionasse a contento, a corrupção não teria atingido o assustador estágio em que se encontra, muitas outras irregularidades deixariam de ser cometidas e nossas eleições seriam mais limpas, sem despertar tantas suspeitas.
Nos últimos meses, as sucessivas matérias publicadas com exclusividade na Tribuna da Internet desde o início da campanha eleitoral mostravam algo que era sabido, mas a imprensa e os próprios políticos se negavam a discutir – a inacreditável, inaceitável e irrefutável vulnerabilidade da urna eletrônica.
E nesta eleição o Tribunal Superior Eleitoral, sob comando do ministro petista Antonio Dias Toffoli, mesmo instado por um procurador da República a realizar testes de segurança nas urnas eletrônicas, estranhamente se recusou a fazê-lo, e tudo ficou por isso mesmo, a oposição se esqueceu de protestar e de mostrar que estava atenta aos acontecimentos.
AS PROVAS ABUNDAM
Quem somente agora se preocupa com o assunto desconhece que as provas da vulnerabilidade da urna eletrônica são abundantes, pois há anos vêm sendo apresentadas por professores universitários, cientistas, técnicos em informática e até mesmo por hackers, que já invadiram urnas, deram entrevistas e participaram de debates públicos em entidades de classe, como a Sociedade dos Arquitetos e Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro.
A maioria das pessoas certamente desconhece também que a urna eletrônica é uma invencionice brasileira, que nenhum país sério adotou. Alguns até tentaram, como a Argentina, mas logo mudaram o sistema, porque não é admissível que as eleições não possam ter fiscalização rigorosa pelos partidos e sofram recontagem de votos em caso de dúvidas ou suspeita de fraude.
Mas o Brasil, estranhamente, insiste no uso dessas urnas eletrônicas vulneráveis, apesar das denúncias e das suspeitas surgidas desde os tempos de Leonel Brizola, que nunca aceitou essa estranha “inovação”. Há até um caso curiosíssimo ocorrido no Rio de Janeiro, em que o candidato Edgard de Carvalho Jr. (hoje, conhecido leiloeiro) denunciou que numa urna do Leme sua mãe votou nele para vereador, mas o voto não apareceu…
APURAÇÃO SECRETA
Na eleição de domingo, houve outra inovação: a apuração secreta, feita numa sala com apenas 30 funcionários da Justiça Eleitoral, e sem divulgação parcial pelos Tribunais Regionais Eleitorais.
Lembremos que nas eleições anteriores os números sempre eram passados paulatinamente pelos TREs, a imprensa acompanhava atentamente em cada capital, e a possibilidade de fraude diminuía.
Desta vez, sob pretexto de que o recém-adotado horário eleitoral (vejam só que coincidência!) estabelecia três horas de diferença com o Acre, a Justiça Eleitoral de Toffoli inventou a apuração secreta. Ou seja, cada TRE divulgava apenas a votação nos Estados onde ocorreu eleição para governador no segundo turno. E as informações sobre a eleição presidencial eram enviadas ao TSE e somente ele fazia a totalização e a divulgação.
É claro que essa sistemática favorece que haja tentativas de fraude, bastando que exista conluio entre os TREs e o TSE, especialmente nos estados onde não houve segundo turno para governador, como Minas, Bahia e a grande maioria dos Estados do Nordeste, pois nem a imprensa local nem os partidos acompanharam a apuração.
Bem, estes são os fatos, todos eles irrefutáveis, não podem ser contestados, esta é a situação real. A desculpa do horário de verão é patética, porque havia duas soluções: atrasar por alguns dias a entrada em vigor em vigor do horário de verão ou simplesmente adiantar em uma hora a votação no Acre.
A JUSTIÇA PODRE
O pior é saber que em outros países que já adotaram urnas eletrônicas, como a Argentina, o sistema foi adaptado para que possa haver conferência e recontagem. São mudanças muito simples e que tornam mais confiável a eleição.
Mas no Brasil não pode ser adaptado o sistema, simplesmente porque o Supremo Tribunal não permite. O Congresso já aprovou uma lei para adaptação da urna eletrônica, por iniciativa do senador Roberto Requião (PMDB-PR), mas o Supremo a declarou inconstitucional, sob o ridículo argumento que o voto é secreto e não pode ser impresso, mostrando que nesse importantíssimo julgamento os ilustres ministros deste apodrecido tribunal nem se deram ao trabalho de tentar saber como é que o sistema de impressão do voto consegue funcionar em outros países, sem que o sigilo seja quebrado.
É triste ver a Justiça dominada, amordaçada, enxovalhada. E o domínio do Supremo pelo PT vai piorar, porque nos próximos quatros anos o governo PT nomeia mais quatro ministros. Assim, terá escolhido 10 dos 11 integrantes do STF. Isso, se o ministro Gilmar Mendes não pedir aposentadoria, porque nesta hipótese o PT então ficará com maioria absoluta. Ah. Brasil!…
PS – A Tribuna da Internet continua sob ataque, com imensa dificuldade para postar textos e moderar comentários. Esperemos que os especialistas do UOL descubram logo o que está ocorrendo, que é comum também em outros blogs independentes, como o de Cláudio Humberto.
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