quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Líder do PSDB diz que diálogo com o governo federal "é muito difícil"

 

 

Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Na primeira sessão do Senado Federal depois das eleições, o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse hoje (28) que o diálogo da oposição com o governo “é muito difícil”. Referindo-se à declaração da presidenta Dilma, ao ser reeleita no último domingo (26), de que vai aumentar o diálogo com a sociedade e unir o país, Aloysio lembrou alguns episódios da campanha para rejeitar qualquer aproximação.
Segundo ele, perfis atribuídos a petistas nas redes sociais difundiram mentiras a seu respeito, na condição de candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, como o de que teria votado contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo e de que seria traficante de drogas.
“Como é possível descer tão baixo na calúnia, na infâmia. Transformar as redes sociais, que são um instrumento maravilhoso da democratização dos debates, da participação social, transformar isso num esgoto, num esgoto fedorento para destruir adversários? Foi isso que eles [internautas] fizeram.”
O senador garantiu que não pretende votar contra matérias que considere de interesse nacional, mas que só aceitará entendimento em torno da manutenção das regras democráticas. Ele criticou as primeiras entrevistas da presidenta Dilma após a eleição, nas quais, na sua avaliação, criticou a imprensa e propôs um plebiscito sobre reforma política que “passa por cima do Congresso Nacional”. O senador disse que o governo não cumpre acordos, negocia o apoio da oposição para a aprovação de projetos e, depois, veta trechos acordados pelas duas partes.
“A oposição não tem que se unir com o governo, não. A oposição existe para fazer oposição. É tão importante para a manutenção do regime democrático que o governo tenha uma boa oposição”, concluiu o senador em entrevista à imprensa, após o discurso no plenário.
Líder do PT na Casa, o senador Humberto Costa (PT-PE) respondeu as acusações. Ele prestou solidariedade a Aloysio Nunes e disse que os petistas também foram atacados com mentiras nas redes. “A presidenta Dilma ou o PT em nenhum momento foram responsáveis ou estimularam qualquer tipo de agressão ao senador Aloysio ou ao candidato Aécio Neves”, disse. “Da mesma forma que ele se sentiu atacado, nós também fomos atacados como a notícia, no dia da eleição, de que o doleiro Alberto Yousseff tinha sido assassinado. Inclusive, houve falsificação de perfis e também de sites importantes de jornalismo. Esse tipo de ação não é necessariamente praticada por qualquer um dos partidos que estão na disputa”, completou o líder petista.
Humberto Costa defendeu que seja criada uma legislação específica que permita à Polícia Federal, com autorização judicial, retirar do ar as agressões ou calúnias feitas contra outra pessoa ou candidato, em período eleitoral.
Youssef está preso desde que foi deflagrada a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e é acusado de lavagem de dinheiro e, entre outras coisas, de receber propina de empreiteiras que têm contratos com a Petrobras e repassar a partidos políticos. Boatos que circularam na internet diziam que o doleiro fora envenenado e morto na carceragem, o que foi desmentido.
Fonte: Agência Brasil

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