Pedro do Coutto
Reportagens de Natuza Nery e Andreia Sadi, Folha de São Paulo de 29, focalizaram com destaque os dois temas contidos no título deste artigo. A primeira decorre de cobertura feita, no domingo 26, em festa pelo aniversário do ex-presidente, realizada após a revelação do resultado das urnas. As repórteres assinalam Que ele, dependendo de como estiver de saúde, admitiu candidatar-se à sucessão de Dilma Rousseff nas urnas daqui a quatro anos. Acrescentam que ele, a partir de Janeiro de 2015, segundo ciclo de Dilma Rousseff no Planalto, pretende interferir mais no governo, o que faz presumir que ele considerou pequena sua participação no primeiro mandato.
Especialmente no plano do relacionamento político com o Congresso Nacional. Quer ser mais ouvido nas situações de crise – acrescentaram Natuza e Andreia. As interpretações a respeito do futuro, portanto, começaram. Embora o próprio Lula tenha divulgado nota à imprensa dizendo que 2018 estará completando 73 anos de idade e, assim, hoje, sua maior preocupação é a de estar vivo.
Ultrapassada a ressalva, o fato é que pelo tom da matéria a impressão que fica, predominante, é a de que o sonho do poder da maioria das correntes petistas é a de estender sua permanência no planalto de Brasília, pelo menos, abrangendo 2011, levando-se em conta a hipótese do fim da reeleição. Como, do lado oposto, o objetivo da maior parte de PSDB é que Aécio Neves volte a disputar o cargo de presidente da República. E para os aecistas, Lula será o adversário ideal. Não em função da idade, mas pelo fato dele haver derrotado Geraldo Alckmin na sucessão de 2006.
E o quadro do PSDB, hoje, somente apresenta duas figuras que se destacam dos demais correligionários: o governador de São Paulo e o senador mineiro. O primeiro perdeu disparado para Lula. O segundo perdeu apertado para Dilma. A oposição repetir o embate de 2006? Não é provável. Mas prever o futuro no campo da política é algo impossível. São especulações e nada mais.
REGULAÇÃO DA MÍDIA, UM DESASTRE
A segunda reportagem, esta somente de Natuza Nery, sustenta que o PT, ao contrário do que Dilma Rousseff fez no primeiro mandato, deseja reviver o projeto que pretende estabelecer parâmetros para regulação dos meios de comunicação do aís. Para isso, setores partidários desejam transferir Ricardo Berzoini da Articulação Política, para a da Regulação da Mídia, a ser criada, a qual desarticularia o governo, colocando-o em rota de colisão com os jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão. A ideia, a meu ver, fruto de uma alucinação de radicais, não seguiria o absurdo modelo argentino que proíbe a acumulação de propriedades no setor da comunicação.
Mas com base no direito de resposta no mesmo espaço em que uma matéria foi originalmente publicada. Para isso, francamente, não existe necessidade alguma de regulação da mídia. A lei de imprensa é suficiente e já contém tal dispositivo, como aliás não pode deixar de ser. Além disso, o atingido de forma ilegítima, ou vítima de uma imaginação sem comprovação, pode recorrer à Justiça comum na forma prevista na legislação existente. Não há necessidade alguma de nova lei para o assunto. E, sob o ângulo político, será um fator de desgaste para o governo. A iniciativa destacada pela FSP seria um desgaste tanto para o PT, mas principalmente para o governo.
um absurdo.
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