Daiene Cardoso
Estadão
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Enquanto o PMDB se articula para isolar o PT na
Câmara dos Deputados, os petistas pregam a retomada do diálogo e a
“reconstrução de pontes” com o aliado. Na avaliação dos deputados do PT,
o acirramento da disputa no Parlamento se deve ao rancor dos derrotados
no processo eleitoral.
“Muitos estão chateados por não terem sido eleitos, então não baixou a poeira. Mas isso (clima de beligerância) não vai sobreviver”, comentou um dos vice-líderes da bancada do PT, Carlos Zarattini (SP). Na visão do deputado, a divisão no PMDB acaba tensionando toda a Câmara por se tratar do segundo maior partido e, como Cunha tenta se viabilizar como candidato ao comando da Casa, suas ações contra o governo visam atrair os votos da oposição. “Vamos discutir nossa candidatura com os outros partidos e com parte do PMDB”, avisou Zarattini.
CISÃO DA BASE ALIADA
Numa Câmara cuja correlação de forças será mais equilibrada na próxima legislatura, a palavra de ordem no PT é trabalhar para “reconquistar” a base aliada e garantir a governabilidade. Na próxima semana o partido se reunirá para discutir como atuará para desarticular a movimentação do PMDB sem ir para o embate direto. “Não há necessidade de acirramento agora”, pregou outro líder petista, deputado Sibá Machado (PT-AC).
Ex-líder da bancada do PT e vice-presidente nacional do partido, o deputado José Guimarães (CE) atribuiu a movimentação “precipitada” do PMDB ao ressentimento causado pelo resultado das urnas. Com a ajuda de Temer, Guimarães acredita que é possível “acalmar os ânimos”. “Vamos reconstruir as pontes, o Congresso não pode ficar dilacerado. Ambiente conflagrado não é bom para ninguém”, disse.
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