segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Rombo recorde de Dilma sinaliza aumento nos impostos



Simone Kafruni
Correio Braziliense

A deterioração das contas públicas chegou a tal ponto que o Brasil já apresenta números semelhantes ao de países em crise. Em setembro, União, estados, municípios e empresas estatais amargaram um déficit de R$ 25,5 bilhões, segundo informou ontem o Banco Central. Foi o pior resultado desde 1994, quando o Plano Real foi implementado para conter a sangria da hiperinflação, e também um recorde negativo desde que o regime de metas fiscais foi criado, em 1999.
A maior parte desse resultado desastroso foi de responsabilidade do governo federal, que gastou R$ 21 bilhões a mais do que arrecadou. O pior é que a fatura da irresponsabilidade fiscal do governo vai recair sobre todos os brasileiros, porque não há mais como ajustar as contas a não ser por meio de aumento de impostos.
O resultado do mês passado enterrou de vez a possibilidade de cumprimento da meta fiscal deste ano. De acordo com a legislação, o setor público deveria obter em 2014 um superavit primário de R$ 99 bilhões, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país. No entanto, de janeiro a setembro, o resultado foi um deficit de R$ 15,3 bilhões. Para cumprir o objetivo, seria preciso obter saldo positivo de R$ 114,3 bilhões nos últimos três meses do ano, o que é impossível, segundo os especialistas.
EXCESSO DE GASTOS
Somadas todas as receitas e despesas, inclusive com juros, o setor público já tem, neste ano, um rombo correspondente a 5,94% do PIB — nível de país em crise. A política de metas fiscais prevê a realização de superavits primários, que correspondem à economia necessária para saldar os juros da dívida pública e, desse modo, mantê-la em um patamar estável ou declinante. O excesso de gastos promovido nos últimos anos, no entanto, levou a dívida bruta para R$ 3,13 trilhões no fim de setembro, ou 61,7% do PIB.
 
 

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