domingo, 4 de janeiro de 2015

Novo ministro do PT diz que CPIs já não têm a menor utilidade


Pepe abre a boca para engolir as CPIs
Carlos Newton
A cada dia, o antigo Partido dos Trabalhadores vai mostrando sua nova configuração e seus novos objetivos, dentro do projeto estratégico de permanecer eternamente no poder. Quando estava na oposição, por exemplo, o PT frequentemente exigia a democrática convocação de Comissões Parlamentares de Inquérito, sob as mais diferentes alegações. Agora, depois de 12 anos no governo, o partido demonstra que mudou inteiramente de posição.
Esse desvio ideológico do PT ficou bem explicitado na primeira entrevista do novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Pepe Vargas, deputado federal Pepe Vargas (PT-RS), responsável pela articulação do Executivo com o Legislativo, que surpreendeu os parlamentares ao defender a estranha tese de que as CPIs não têm mais a menor utilidade.
CPIS SÃO INÚTEIS
Indagado sobre a repercussão dos escândalos da Petrobras no Congresso, Vargas foi logo combatendo a possibilidade de criação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as denúncias. Segundo ele, as CPIs não têm o mesmo papel que tiveram no passado, quando havia revelações em depoimentos, já que atualmente o depoente pode se manter calado durante toda a audiência.
“Não vejo necessidade de uma CPI para ter eficiência no combate à corrupção. Acho que o Ministério Público, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal estão dando demonstrações claras de combate à corrupção. Então, não vejo necessidade de CPI para fazer investigação de corrupção”, declarou, exemplificando que, no ano passado, os trabalhos do MP e da PF já haviam conferido mais “agilidade” ao processo.
IGNORÂNCIA E DESFAÇATEZ
Com esse tipo de posicionamento, o novo ministro revela uma postura antidemocrática, baseada na ignorância e na desfaçatez. Mostra desconhecer que a CPI é uma das mais importantes conquistas políticas, pois representa um direito das minorias. Além disso, demonstra também ignorar que o direito de permanecer calado não é nenhuma novidade, pois se trata de garantia existente desde os primórdios do Direito Constitucional nas sociedades modernas, inclusive no Brasil.
Mas o que esperar desse tipo de ministro que a presidente Dilma Rousseff escolheu para governar o país?
 
 

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