Magistrado foi flagrado na manhã desta terça usando carro de luxo apreendido na megaoperação da PF na casa de Eike
Rio - A empresária Luma de Oliveira,
ex-mulher de Eike Batista, criticou o juiz Flávio Roberto de Souza,
flagrado na manhã desta terça-feira com um carro de luxo de Eike, um
Porche Cayenne. Luma publicou o queixume na sua página pessoal no
Facebook. O juiz titular da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio
de Janeiro, Flávio Roberto de Souza, é acusado pela defesa de Eike
Batista de usar o Porsche Cayenne do empresário. O magistrado foi
flagrado usando o carro - que foi um dos quatro veículos de luxo
apreendidos na megaoperação da Polícia Federal nas residências de Eike -
na Barra da Tijuca, onde mora.
"Passando de todos os limites. O
carro apreendido do meu filho Thor também está na garagem do prédio
residencial dele. E eu sem um carro na garagem. Os três que eu tinha e
foram apreendidos foram comprados por mim nos anos de 2006, 2008 e 2009.
Tenho recibo de compra e venda e nas minhas declarações de Imposto de
Renda. Comprovadamente comprados com recurso próprio. Agora, eu e Olin
estamos dividindo um carro emprestado pela mãe de um amigo”, desabafou a
ex-modelo e rainha de bateria.
"Isso é um ato de afronta à lei. Um
abuso. Os bens têm que estar com a Justiça, não com o juiz. Essa
informação chegou até nós e foi verificada e reverificada", declarou o
advogado que defende Eike, Sérgio Bermudes, que fará uma representação
contra o magistrado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda nesta
terça-feira. "Ele tem que sofrer sanção administrativa que pode redundar
na remoção do cargo dele de juiz", explicou o advogado.
Segundo Bermudes, o Porshe foi
estacionado na vaga 239 do Edifício Liberty Place, do condomínio Parque
das Rosas, na Avenida Jornalista Ricardo Marinho 300, na Barra. Esta não
é a primeira vez que o juiz responsável pelo caso se envolve em
polêmica. "A suspeição do magistrado já foi arguida em decorrência de
declarações que ele deu à imprensa e contrárias ao Eike. Ele tem que dar
a sentença, não antecipar o seu entendimento acerca das partes",
justificou o advogado.
A defesa de Eike acusa ainda o juiz
de perseguir o empresário: "Ele vem mostrando há muito tempo uma
indisposição com Eike. Ele é um torturador moral, não faz Justiça, quer
causar sofrimento. O porquê disso tem de ser questionado com o
psiquiatara dele", disse.
Relembre o caso
No dia 6 de fevereiro, a Polícia Federal apreendeu diversos bens do empresário Eike Batista - como carros de luxo e até um piano -; de seus dois filhos mais velhos, Thor e Olin; de sua ex-mulher, Luma de Oliveira, e da mãe de seu terceiro filho, Flávia Sampaio, em duas residências do milionário, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio.
A operação foi realizada em
cumprimento à decisão da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio,
proferida ontem, determinando o bloqueio dos bens de Eike, que responde
por ações fraudulentas no mercado financeiro.
Além dos bens de Eike Batista, a
Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão de bens da mãe de
seu terceiro filho, Flávia Sampaio.
Entre os bens, foram apreendidos sete
carros, entre eles um Lamborghini Aventador LP700-4 - avaliado em R$
2,8 milhões, e que era usado para decorar a sala do empresário - e um
Porsche Cayenne. Os agentes também levaram R$ 90 mil em dinheiro,
celulares, computadores, quadros e até um piano.
A decisão do juiz Flávio Roberto de
Souza tinha como objetivo, em caso de condenação do empresário, garantir
o pagamento de indenizações e multas a credores. Ainda segundo a
Justiça, Thor, Olin, Luma e Flávia, foram beneficiados com doações do
empresário.
Eike é acusado de falsidade
ideológica, formação de quadrilha, indução do investidor ao erro, uso de
informações privilegiada e manipulação de mercado. Até o momento, havia
apenas um processo pela prática dos dois últimos crimes. Porém, outros
processos correlatos estão sendo unificados, com as denúncias que
ampliaram as acusações.
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