terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Luma critica juiz flagrado com carro de Eike: 'Passando de todos os limites'

 

 

Magistrado foi flagrado na manhã desta terça usando carro de luxo apreendido na megaoperação da PF na casa de Eike

O Dia
Rio - A empresária Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike Batista, criticou o juiz Flávio Roberto de Souza, flagrado na manhã desta terça-feira com um carro de luxo de Eike, um Porche Cayenne. Luma publicou o queixume na sua página pessoal no Facebook. O juiz titular da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro, Flávio Roberto de Souza, é acusado pela defesa de Eike Batista de usar o Porsche Cayenne do empresário. O magistrado foi flagrado usando o carro - que foi um dos quatro veículos de luxo apreendidos na megaoperação da Polícia Federal nas residências de Eike - na Barra da Tijuca, onde mora.
 

"Passando de todos os limites. O carro apreendido do meu filho Thor também está na garagem do prédio residencial dele. E eu sem um carro na garagem. Os três que eu tinha e foram apreendidos foram comprados por mim nos anos de 2006, 2008 e 2009. Tenho recibo de compra e venda e nas minhas declarações de Imposto de Renda. Comprovadamente comprados com recurso próprio. Agora, eu e Olin estamos dividindo um carro emprestado pela mãe de um amigo”, desabafou a ex-modelo e rainha de bateria.
Agentes da Polícia Federal apreenderam no último dia 6 três carros de luxo da casa de Luma de Oliveira, ex-esposa do empresário Eike Batista
Foto:  Foto: Severino Silva / Agência O Dia
"Isso é um ato de afronta à lei. Um abuso. Os bens têm que estar com a Justiça, não com o juiz. Essa informação chegou até nós e foi verificada e reverificada", declarou o advogado que defende Eike, Sérgio Bermudes, que fará uma representação contra o magistrado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda nesta terça-feira. "Ele tem que sofrer sanção administrativa que pode redundar na remoção do cargo dele de juiz", explicou o advogado.
Segundo Bermudes, o Porshe foi estacionado na vaga 239 do Edifício Liberty Place, do condomínio Parque das Rosas, na Avenida Jornalista Ricardo Marinho 300, na Barra. Esta não é a primeira vez que o juiz responsável pelo caso se envolve em polêmica. "A suspeição do magistrado já foi arguida em decorrência de declarações que ele deu à imprensa e contrárias ao Eike. Ele tem que dar a sentença, não antecipar o seu entendimento acerca das partes", justificou o advogado.
A defesa de Eike acusa ainda o juiz de perseguir o empresário: "Ele vem mostrando há muito tempo uma indisposição com Eike. Ele é um torturador moral, não faz Justiça, quer causar sofrimento. O porquê disso tem de ser questionado com o psiquiatara dele", disse.
Relembre o caso
No dia 6 de fevereiro, a Polícia Federal apreendeu diversos bens do empresário Eike Batista - como carros de luxo e até um piano -; de seus dois filhos mais velhos, Thor e Olin; de sua ex-mulher, Luma de Oliveira, e da mãe de seu terceiro filho, Flávia Sampaio, em duas residências do milionário, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio.
A operação foi realizada em cumprimento à decisão da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, proferida ontem, determinando o bloqueio dos bens de Eike, que responde por ações fraudulentas no mercado financeiro.
Porshe estava estacionado na vaga 239 do Edifício Liberty Place, do condomínio Parque das Rosas, na Barra da Tijuca
Foto:  Divulgação
Além dos bens de Eike Batista, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão de bens da mãe de seu terceiro filho, Flávia Sampaio.
Entre os bens, foram apreendidos sete carros, entre eles um Lamborghini Aventador LP700-4 - avaliado em R$ 2,8 milhões, e que era usado para decorar a sala do empresário - e um Porsche Cayenne. Os agentes também levaram R$ 90 mil em dinheiro, celulares, computadores, quadros e até um piano.
A decisão do juiz Flávio Roberto de Souza tinha como objetivo, em caso de condenação do empresário, garantir o pagamento de indenizações e multas a credores. Ainda segundo a Justiça, Thor, Olin, Luma e Flávia, foram beneficiados com doações do empresário.
Eike é acusado de falsidade ideológica, formação de quadrilha, indução do investidor ao erro, uso de informações privilegiada e manipulação de mercado. Até o momento, havia apenas um processo pela prática dos dois últimos crimes. Porém, outros processos correlatos estão sendo unificados, com as denúncias que ampliaram as acusações.

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