sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O clima esquenta e o Clube Militar chama Lula de “agitador”


Jose Roberto Castro
O Estado de S. Paulo
O Clube Militar publicou em seu site nota em que critica duramente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por seu discurso durante ato em defesa da Petrobrás, na terça-feira, 24, no Rio. O texto chama Lula de “agitador” e o acusa de incitar a discórdia. “É inadmissível um ex-presidente da República pregar, abertamente, a cizânia na Nação”, diz a nota.
A associação, composta por oficiais da reserva, se queixa da fala do ex-presidente, quando disse que os petistas também sabem brigar “sobretudo quando o (João Pedro) Stédile (líder do MST) colocar o exército dele nas ruas”. A declaração foi feita durante discurso a militantes que participavam do ato, cujo objetivo era defender a estatal em razão dos desgastes provocados pelas investigações de irregularidades. Stédile era um dos presentes no ato.
O texto questiona a real intenção da manifestação de Lula e sugere que o petista teme as investigações em curso na Operação Lava Jato. “O que há mais por trás disso? Atitude prévia e defensiva de quem teme as investigações sobre corrupção em curso?”.
Os petistas que protestaram no centro do Rio são criticados por mostrarem “despreparo com as lides democráticas” e acusados de reagirem fisicamente aos que gritavam ‘fora, Dilma’. “Reagiram inconformados como se só a eles coubesse o “direito” da crítica aos atos de governo”.
Abaixo, a íntegra da nota:
“O Brasil só tem um Exército: o de Caxias!
Ontem, nas ruas centrais do Rio de Janeiro, pudemos assistir o despreparo dos petistas com as lides democráticas. Reagiram inconformados como se só a eles coubesse o “direito” da crítica aos atos de governo. Doeu aos militantes petistas, e os levou à reação física, ouvir os brados alheios de “Fora Dilma”.
Entretanto, o pior estava por vir! Ao discursar para suas hostes o ex-presidente Lula, referindo-se a essas manifestações, bradou irresponsáveis ameaças: ” ..também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas”. Esta postura incitadora de discórdia não pode ser de quem se considera estadista, mas sim de um agitador de rua qualquer. É inadmissível um ex-presidente da República pregar, abertamente, a cizânia na Nação. Não cabem arrebatamentos típicos de líder sindical que ataca patrões na busca de objetivos classistas.
O que há mais por trás disso?
Atitude prévia e defensiva de quem teme as investigações sobre corrupção em curso?
Algum recado?
O Clube Militar repudia, veementemente, a infeliz colocação desse senhor, pois neste País sempre houve e sempre haverá somente um exército, o Exército Brasileiro, o Exército de Caxias, que sempre nos defendeu em todas as situações de perigo, externas ou internas.”
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POLÍCIA RODOVIÁRIA PROTESTA

Veja agora a nota da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) sobre a atuação da força de choque da PRF no cumprimento de determinação judicial de desobstrução de rodovias federais pelas manifestações dos profissionais da área de transportes.
“Ao policial não cabe contestar a lei ou as decisões judiciais. Sua missão constitucional é cumpri-las, sob pena de responder por crime de prevaricação, o que sua omissão, neste caso, poderia resultar em prisão e posterior demissão.
Há de se ressaltar primariamente que a missão fundamental de qualquer entidade sindical é apoiar a atuação legal de seus sindicalizados, razão pela qual manifestamos apoio aos colegas que tiveram de cumprir a ordem judicial.
Não obstante, enquanto cidadãos manifestamos solidariedade à justa causa dos profissionais de transportes que, assim como nós, lutamos por melhores condições trabalho e por um país melhor.
Lamentamos, outrossim, a rápida judicialização de movimentos classistas pelo governo (do qual inclusive nossa operação padrão foi vítima em 2012) e o tratamento diferenciado que movimentos “sociais” alinhados ideologicamente com o governo tem tido em situações semelhantes.”
(matérias enviadas pela comentarista Dorothy Lamour)
 
 

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