Carlos Chagas
Até o Lula anda apelando. Instalado em Brasília há três dias para tentar botar ordem na confusão entre Dilma e os partidos da base oficial, o ex-presidente renunciou à sua experiência para fazer coro com os vigaristas que através de décadas tem sustentado ser culpa do sistema de comunicação social do governo a péssima imagem do próprio. Quer dizer, se a população protesta, se os caminhoneiros param, se a Petrobras transformou-se na caverna do Ali Babá, se faltam água e energia, e se do palácio do Planalto surgem iniciativas extinguindo direitos trabalhistas – tudo acontece por falta de comunicação social. Incompetentes seriam os encarregados de divulgar que o país é um paraíso, que a presidente apresenta altíssimos níveis de popularidade, que os caminhoneiros não se rebelaram, que a Petrobras dá exemplos de extrema honestidade, que a água e a energia são distribuídas amplamente e que os direitos trabalhistas estão sendo ampliados.
Essa é a sina dos ministros da Comunicação Social, dos secretários e assessores de Imprensa. São os primeiros a ser arcabuzados pela quadrilha que cerca os donos do poder. Fragilizados pela inoperância dos governos a que servem, os comunicadores recebem a primeira carga de críticas e diatribes.
O diabo é estar a equação matreiramente invertida. Se os encarregados da comunicação social não anunciam milagres será porque milagres não existem e nada de bom há para anunciar. Se o governo nada tem para divulgar, mas só malfeitos, como esperar que se transformem em prestidigitadores capazes de tirar coelhos da cartola?
Tem sido assim, em especial nos dois governos do PT. Os companheiros, frustrados com a má imagem dos governantes, quer dizer, deles mesmo, logo se queixam de estar sendo perdida a batalha da comunicação, por inoperância de seus responsáveis. Ainda mais quando se negam a distribuir publicidade aos montes para veículos partidários quase sempre inoperantes e até inexistentes.
LULA NA VIGARICE
O inusitado na quadra atual é o engajamento do Lula nessa vigarice. Ele, pelo menos, tinha obrigação de prospectar mais fundo as causas de o Congresso estar em vias de rejeitar as medidas provisórias de arrocho social enviadas pela presidente Dilma. Já viveu experiência igual, ainda que não tão aguda como agora.
Como, indaga o primeiro companheiro, não se explica o maravilhoso sentido das propostas da sucessora? Por que não divulgar os sublimes objetivos da redução de prerrogativas trabalhistas? Se os fatos continuam desmentindo as enganações, pior para os fatos…
Ampliando-se um pouco mais a dimensão das agruras que atingem a comunicação social deste e de todos os governos, a constatação é de que o mesmo raciocínio se usa contra a imprensa: só más notícias são apresentadas? A culpa é de quem as apresenta.
Até o Lula anda apelando. Instalado em Brasília há três dias para tentar botar ordem na confusão entre Dilma e os partidos da base oficial, o ex-presidente renunciou à sua experiência para fazer coro com os vigaristas que através de décadas tem sustentado ser culpa do sistema de comunicação social do governo a péssima imagem do próprio. Quer dizer, se a população protesta, se os caminhoneiros param, se a Petrobras transformou-se na caverna do Ali Babá, se faltam água e energia, e se do palácio do Planalto surgem iniciativas extinguindo direitos trabalhistas – tudo acontece por falta de comunicação social. Incompetentes seriam os encarregados de divulgar que o país é um paraíso, que a presidente apresenta altíssimos níveis de popularidade, que os caminhoneiros não se rebelaram, que a Petrobras dá exemplos de extrema honestidade, que a água e a energia são distribuídas amplamente e que os direitos trabalhistas estão sendo ampliados.
Essa é a sina dos ministros da Comunicação Social, dos secretários e assessores de Imprensa. São os primeiros a ser arcabuzados pela quadrilha que cerca os donos do poder. Fragilizados pela inoperância dos governos a que servem, os comunicadores recebem a primeira carga de críticas e diatribes.
O diabo é estar a equação matreiramente invertida. Se os encarregados da comunicação social não anunciam milagres será porque milagres não existem e nada de bom há para anunciar. Se o governo nada tem para divulgar, mas só malfeitos, como esperar que se transformem em prestidigitadores capazes de tirar coelhos da cartola?
Tem sido assim, em especial nos dois governos do PT. Os companheiros, frustrados com a má imagem dos governantes, quer dizer, deles mesmo, logo se queixam de estar sendo perdida a batalha da comunicação, por inoperância de seus responsáveis. Ainda mais quando se negam a distribuir publicidade aos montes para veículos partidários quase sempre inoperantes e até inexistentes.
LULA NA VIGARICE
O inusitado na quadra atual é o engajamento do Lula nessa vigarice. Ele, pelo menos, tinha obrigação de prospectar mais fundo as causas de o Congresso estar em vias de rejeitar as medidas provisórias de arrocho social enviadas pela presidente Dilma. Já viveu experiência igual, ainda que não tão aguda como agora.
Como, indaga o primeiro companheiro, não se explica o maravilhoso sentido das propostas da sucessora? Por que não divulgar os sublimes objetivos da redução de prerrogativas trabalhistas? Se os fatos continuam desmentindo as enganações, pior para os fatos…
Ampliando-se um pouco mais a dimensão das agruras que atingem a comunicação social deste e de todos os governos, a constatação é de que o mesmo raciocínio se usa contra a imprensa: só más notícias são apresentadas? A culpa é de quem as apresenta.
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