O
professor, tradutor, ensaísta e poeta mineiro Abgar de Castro Araújo
Renault (1901-1995), no poema “Fim”, nos dá sua visão do que significou o
término de sua mocidade.
FIM
Abgar Renault
O que eu perdi não foi um sonho bom,
não foi o fruto a embebedar meus lábios,
não foi uma canção de raro som,
nem a graça de alguns momentos sábios.
O que eu perdi, como quem perde uma outra infância,
foi o sentido do enternecimento,
foi a felicidade da ignorância, foi, em verdade,
na minha carne e no meu pensamento,
a última rubra flor do fim da mocidade.
E dói – não esse gesto ausente, a que se apagam
as flores mais solares, mas uma hora,
– flor de momento numa bela aurora –
hora longínqua, esquiva e para sempre morte,
em cuja escura, inacessível porta
noturnos olham cegamente vagam.
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
FIM
Abgar Renault
O que eu perdi não foi um sonho bom,
não foi o fruto a embebedar meus lábios,
não foi uma canção de raro som,
nem a graça de alguns momentos sábios.
O que eu perdi, como quem perde uma outra infância,
foi o sentido do enternecimento,
foi a felicidade da ignorância, foi, em verdade,
na minha carne e no meu pensamento,
a última rubra flor do fim da mocidade.
E dói – não esse gesto ausente, a que se apagam
as flores mais solares, mas uma hora,
– flor de momento numa bela aurora –
hora longínqua, esquiva e para sempre morte,
em cuja escura, inacessível porta
noturnos olham cegamente vagam.
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
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