Carlos Chagas
Não dá para ficar repetindo haver pânico em Brasília, hoje, véspera da prometida entrega pelo Procurador Geral da República da lista dos parlamentares envolvidos no escândalo da Petrobras. Trata-se do óbvio. Agora, engana-se quem imagina um só dos relacionados deputados e senadores com a disposição de reconhecer sua culpa. Todos, sem exceção, estão prontos para jurar inocência e dar início a prolongadas tentativas de escapar dos inquéritos que Rodrigo Janot espera venham a ser abertos.
Mesmo tendo sido citados em depoimentos de doleiros, empreiteiros e ex-dirigentes da estatal petroleira, vão declarar-se sem culpa. Deverão alegar que receberam dinheiro para as campanhas eleitorais, de acordo com a lei. Que sofrem perseguição de adversários, má vontade das autoridades policiais, erros processuais e até artes do Capeta.
Sabem que as investigações comandadas pelo Supremo Tribunal Federal serão demoradas, estarão cercados de montes de advogados e protegidos por uma série de recursos legais capazes de preservar seus mandatos por anos a fio. Se num episódio hoje de proporções tidas como menores – no caso, o mensalão – os julgamentos arrastaram-se por dois anos e meio, pensam os acusados de amanhã que o tempo será no mínimo dobrado. Sua atuação parlamentar, assim, poderá permanecer intocada. A menos que a mais alta corte nacional de justiça surpreenda, agilizando decisões e queimando etapas, coisa bem difícil.
Em suma, se o primeiro impacto da divulgação da lista prenderá atenções e despertará emoções, logo a rotina se estabelecerá. Mesmo podendo dispor de mecanismos para desvendar os inquéritos, durante os quais nenhum parlamentar será preso, a própria imprensa perderá o ímpeto investigativo.
SAUDADES DO ITAMAR
Estivesse Itamar Franco na presidência da República e Joaquim Levy não seria mais ministro da Fazenda, isso no caso de sua escolha anterior, bastante problemática. Incompleta fica a equação pelo fato de o indigitado auxiliar apenas haver reconhecido que escorregou ao rotular como grosseria inócua a desoneração das folhas de pagamento das empresas. A presidente Dilma reagiu como participante de uma discussão na Câmara ou no Senado: em pé de igualdade com o agressor. Deixou passar mais um daqueles momentos em que o chefe deve simplesmente despedir o subordinado que o atingiu.
Não dá para ficar repetindo haver pânico em Brasília, hoje, véspera da prometida entrega pelo Procurador Geral da República da lista dos parlamentares envolvidos no escândalo da Petrobras. Trata-se do óbvio. Agora, engana-se quem imagina um só dos relacionados deputados e senadores com a disposição de reconhecer sua culpa. Todos, sem exceção, estão prontos para jurar inocência e dar início a prolongadas tentativas de escapar dos inquéritos que Rodrigo Janot espera venham a ser abertos.
Mesmo tendo sido citados em depoimentos de doleiros, empreiteiros e ex-dirigentes da estatal petroleira, vão declarar-se sem culpa. Deverão alegar que receberam dinheiro para as campanhas eleitorais, de acordo com a lei. Que sofrem perseguição de adversários, má vontade das autoridades policiais, erros processuais e até artes do Capeta.
Sabem que as investigações comandadas pelo Supremo Tribunal Federal serão demoradas, estarão cercados de montes de advogados e protegidos por uma série de recursos legais capazes de preservar seus mandatos por anos a fio. Se num episódio hoje de proporções tidas como menores – no caso, o mensalão – os julgamentos arrastaram-se por dois anos e meio, pensam os acusados de amanhã que o tempo será no mínimo dobrado. Sua atuação parlamentar, assim, poderá permanecer intocada. A menos que a mais alta corte nacional de justiça surpreenda, agilizando decisões e queimando etapas, coisa bem difícil.
Em suma, se o primeiro impacto da divulgação da lista prenderá atenções e despertará emoções, logo a rotina se estabelecerá. Mesmo podendo dispor de mecanismos para desvendar os inquéritos, durante os quais nenhum parlamentar será preso, a própria imprensa perderá o ímpeto investigativo.
SAUDADES DO ITAMAR
Estivesse Itamar Franco na presidência da República e Joaquim Levy não seria mais ministro da Fazenda, isso no caso de sua escolha anterior, bastante problemática. Incompleta fica a equação pelo fato de o indigitado auxiliar apenas haver reconhecido que escorregou ao rotular como grosseria inócua a desoneração das folhas de pagamento das empresas. A presidente Dilma reagiu como participante de uma discussão na Câmara ou no Senado: em pé de igualdade com o agressor. Deixou passar mais um daqueles momentos em que o chefe deve simplesmente despedir o subordinado que o atingiu.
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