A idosa foi baleada na perna, quando estava em frente de casa (Foto: Mauro Ângelo/Diário do Pará)
Tentativa de assalto, reféns
e tiroteio. O bairro do Guamá, em Belém, foi palco de mais uma cena de
violência que resultou em uma idosa baleada. Ela estava sentada na porta
de casa. A senhora foi a segunda vítima que dois homens armados fizeram
na tarde desta segunda-feira (29). Momentos antes, um empresário foi
vítima de sequestro praticado pelos criminosos naquele bairro.
Segundo relato dele, a dupla de assaltantes o
rendeu dentro do próprio veículo e exigia uma suposta quantia alta em
dinheiro. Porém, o assalto foi descoberto pela Polícia Militar que
passou a perseguir o carro pelas ruas do bairro. Houve troca de tiros
entre criminosos e policiais. A idosa de 75 anos foi atingida com um
tiro na perna, um casal feito refém por alguns minutos. Jonilson de
Oliveira Gomes, 26, foi detido em flagrante, mas o comparsa conseguiu
escapar.
De acordo com Vicente Neto, major da PM, 20º
Batalhão, por volta das 15h, o empresário saiu de um supermercado
naquele bairro no próprio de veículo, modelo L 200. Ao seguir pela
avenida Bernardo Sayão, foi surpreendido pelos dois homens armados que
se aproximaram do alvo em outro carro, modelo Honda Fit prata. “Ele foi
vítima de sequestro relâmpago. Eles renderam o empresário e o obrigaram a
continuar dirigindo, mas se depararam com uma viatura da PM, que passou
a acompanhar o veículo. Os criminosos estavam armados e efetuaram
vários disparos contra a equipe”, detalha.
Uma das viaturas da PM ficou crivada de balas (Foto: Daniel Costa/Diário do Pará)
Durante a perseguição, várias equipes da
Polícia Militar foram mobilizadas. A viatura que seguia atrás do carro
do empresário, teve o para-brisa crivado de tiros disparados pelos
homens. “A primeira informação era que a vítima teria R$ 200 mil, mas na
verdade, não tinha. Durante o tempo que o empresário ficou em poder dos
bandidos, eles forneceram informações privadas da rotina e de
familiares da vítima”, explicou ainda, Alexandre Mascarenhas, tenente –
coronel. Para o policial, “as informações que os assaltantes possuíam
eram privilegiadas, o que possivelmente poderia ter sido repassadas por
alguém que conhecia de perto o cotidiano da vítima”.
O empresário ficou sendo intimidado pelos
assaltantes por aproximadamente meia hora. Quando não conseguiu mais
escapar, a dupla abandonou o veículo na rua Caraparu, e seguiu a pé pela
passagem Fé em Deus. Nesse momento, a aposentada Maria Coutinho Silva
Manito, 75, que estava sentada em frente à sua casa, acabou sendo
baleada.
“Ela estava ‘pegando um vento’, quando os
dois homens apareceram fugindo da polícia. Ela ficou no meio do
tiroteio. A gente não sabe de onde saiu o tiro que acertou a coxa
direita”, relata Rosilene da Silva Manito, filha da idosa. Segundo ela,
um dos envolvidos chegou a invadir a residência da aposentada e pegou o
neto e a esposa dele de reféns.
Jonilson de Oliveira Gomes, 26, negociou por
alguns minutos a liberdade do casal em troca de coletes à prova de
balas. Ninguém saiu ferido. O comparsa conseguiu fugir e até o momento,
não há informações sobre ele.
O carro do empresário também foi atingido na troca de tiros (Foto: Daniel Costa/Diário do Pará)
Maria Coutinho foi levada por familiares em
um mototáxi até o Pronto – Socorro Municipal do Guamá. Lá, a idosa
recebeu os primeiros atendimentos, mas precisou ser transferida até o
Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, onde
permanece internada e seria submetida a uma cirurgia.
O empresário que prefere não divulgar o
nome, não quis conversar com a imprensa. Já o suspeito detido em
flagrante, se limitou em dizer que falaria “somente em juízo”. O
revólver utilizado por Jonilson foi apreendido com todas as munições
deflagradas. Alguns pertences do empresário também foram recuperados.
Jonilson foi autuado em flagrante pelo
delegado José Alcântara por roubo triplamente qualificado, “pela arma,
associação criminosa e o refém”. O suspeito seria morador do bairro do
Jurunas, segundo o tenente coronel Mascarenhas. O caso foi registrado na
Seccional Urbana do Guamá e já está sendo investigado.
(Michelle Daniel/Diário do Pará)
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