Pedro do Coutto
Reportagem de Luciane Carneiro e Gabriela Valente, O Globo de quinta-feira, com base nas previsões do próprio Banco Central para 2015, revela que a inflação passou a ser estimada na escala de 9% e a expectativa quanto ao Produto Interno Bruto é de um recuo de 1,1%. Acrescente-se a esses números o crescimento populacional da ordem de 1% e temos pela frente a configuração de um autêntico desastre. Aliás, antecipadamente, na retração acentuada do consumo. A meta de conter o processo inflacionário à base da elevação dos juros da Selic e do realinhamento consequente dos preços fica adiada para 2016. Ou, talvez, quem sabe para 2017.
A queda de 1,1% no PIB, com o aumento da população, corresponde a um retrocesso real de 2,1% na economia do país trazendo junto a involução da renda per capita. Some-se a tudo isso a gigantesca corrupção comprovada na Petrobrás e os ataques do ex-presidente Lula ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao PT e temos pela frente um panorama político extremamente crítico. O Poder Executivo está sofrendo abalos seguidos, extremamente fortes e complicados. Qual será a reação de Dilma Rousseff diante da tempestade?
Deverá ser firme e rápida, pois o tempo corre contra o governo. Analistas do mercado de capital, como Luciane Carneiro e Gabriela Valente, destacaram que não adianta elogiar a sinceridade do Banco Central na busca do resgate de sua credibilidade. Um processo gradativo, na melhor das hipóteses. Porém, os compromissos da população, em sua maioria, são inadiáveis. Assim, quanto maior for o prazo para alcançar tal objetivo, pior para quase todos. Estou me referindo aos assalariados do país.
CÍRCULO VICIOSO
Sobretudo porque, se não houver consumo, não existe produção e sem produção, o nível de emprego desaba. Um círculo vicioso, exatamente aquele em que nos encontramos, sem que se veja uma luz na estrada. Dizer que a taxa inflacionária vai ser contida a partir de 2016 não resolve o impasse colocado à frente da sociedade. Isso porque fala-se em conter a inflação, mas se omite a indispensável reposição das perdas salariais.
E vale acentuar que os aumentos do custo de vida ocorrem sempre à frente das correções aplicadas aos salários. Assim, quando se resgata uma perda, pode-se empatar o jogo durante um mês, porém a corrida desigual recomeça a partir do primeiro dia após a reposição. Quando esta reposição acontece. De qualquer forma, os preços encontram-se sempre à frente dos salários.
PETROBRAS SAQUEADA
A Petrobrás, também revela O Globo na mesma edição de 25, poderá reduzir na escala de 88 bilhões de reais seu plano de investimentos até 2019. Resultado, no fundo e de fato, do grau de corrupção que devorou os recursos da empresa. A refinaria Abreu Lima, orçada inicialmente em torno de 2 bilhões de dólares, passou para 34 bilhões de dólares poucos meses depois e fechou custando 17 bilhões de dólares. O Complexo Petroquímico do Rio de janeiro, de um orçamento básico de 33,8 bilhões de dólares, aproximou-se da fase final das obras com a previsão de um custo fantástico da ordem de 47 bilhões (de dólares).
Assim, não pode haver política econômica que resista a uma progressão de desembolsos dessa ordem. Bolsos? Os dos que vivem de seu trabalho estão vazios. Neles, agora, só há esperanças. Cada vez mais difíceis de acontecer na prática. Na teoria, é fácil projetar soluções à base de ilusões. Mas estas não sustentam o povo e o próprio país.
Reportagem de Luciane Carneiro e Gabriela Valente, O Globo de quinta-feira, com base nas previsões do próprio Banco Central para 2015, revela que a inflação passou a ser estimada na escala de 9% e a expectativa quanto ao Produto Interno Bruto é de um recuo de 1,1%. Acrescente-se a esses números o crescimento populacional da ordem de 1% e temos pela frente a configuração de um autêntico desastre. Aliás, antecipadamente, na retração acentuada do consumo. A meta de conter o processo inflacionário à base da elevação dos juros da Selic e do realinhamento consequente dos preços fica adiada para 2016. Ou, talvez, quem sabe para 2017.
A queda de 1,1% no PIB, com o aumento da população, corresponde a um retrocesso real de 2,1% na economia do país trazendo junto a involução da renda per capita. Some-se a tudo isso a gigantesca corrupção comprovada na Petrobrás e os ataques do ex-presidente Lula ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao PT e temos pela frente um panorama político extremamente crítico. O Poder Executivo está sofrendo abalos seguidos, extremamente fortes e complicados. Qual será a reação de Dilma Rousseff diante da tempestade?
Deverá ser firme e rápida, pois o tempo corre contra o governo. Analistas do mercado de capital, como Luciane Carneiro e Gabriela Valente, destacaram que não adianta elogiar a sinceridade do Banco Central na busca do resgate de sua credibilidade. Um processo gradativo, na melhor das hipóteses. Porém, os compromissos da população, em sua maioria, são inadiáveis. Assim, quanto maior for o prazo para alcançar tal objetivo, pior para quase todos. Estou me referindo aos assalariados do país.
CÍRCULO VICIOSO
Sobretudo porque, se não houver consumo, não existe produção e sem produção, o nível de emprego desaba. Um círculo vicioso, exatamente aquele em que nos encontramos, sem que se veja uma luz na estrada. Dizer que a taxa inflacionária vai ser contida a partir de 2016 não resolve o impasse colocado à frente da sociedade. Isso porque fala-se em conter a inflação, mas se omite a indispensável reposição das perdas salariais.
E vale acentuar que os aumentos do custo de vida ocorrem sempre à frente das correções aplicadas aos salários. Assim, quando se resgata uma perda, pode-se empatar o jogo durante um mês, porém a corrida desigual recomeça a partir do primeiro dia após a reposição. Quando esta reposição acontece. De qualquer forma, os preços encontram-se sempre à frente dos salários.
PETROBRAS SAQUEADA
A Petrobrás, também revela O Globo na mesma edição de 25, poderá reduzir na escala de 88 bilhões de reais seu plano de investimentos até 2019. Resultado, no fundo e de fato, do grau de corrupção que devorou os recursos da empresa. A refinaria Abreu Lima, orçada inicialmente em torno de 2 bilhões de dólares, passou para 34 bilhões de dólares poucos meses depois e fechou custando 17 bilhões de dólares. O Complexo Petroquímico do Rio de janeiro, de um orçamento básico de 33,8 bilhões de dólares, aproximou-se da fase final das obras com a previsão de um custo fantástico da ordem de 47 bilhões (de dólares).
Assim, não pode haver política econômica que resista a uma progressão de desembolsos dessa ordem. Bolsos? Os dos que vivem de seu trabalho estão vazios. Neles, agora, só há esperanças. Cada vez mais difíceis de acontecer na prática. Na teoria, é fácil projetar soluções à base de ilusões. Mas estas não sustentam o povo e o próprio país.
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