terça-feira, 30 de junho de 2015

"O rapaz orava para o assaltante, que agonizava"

Dois assaltos em menos de um mês: saldo da violência assistida a poucos metros por Edilaine (Foto: Arquivo Pessoal)
Noite de terça-feira, 23 de junho de 2015. A estudante Edilaine Abreu seguia para a faculdade, viajando de ônibus pela avenida Pedro Álvares Cabral, em Belém. 
O coletivo, como sempre, lotado!!
Próximo à ponte do Barreiro, bairro da Sacramenta, um bandido anunciara o assalto. Passageiros tentavam sair, outros - que não sabiam o que ocorria - tentavam entrar. O assaltante pedia para o motorista liberar a porta traseira, já que - pelo menos, mais quatro bandidos queriam entrar no ônibus."Quando finalmente algumas pessoas conseguiram sair, entre elas, eu, os demais bandidos roubavam quem saía", lembra Edilaine. 
A estudante viu pessoas correndo em direção à ponte, outras atravessando a avenida. "Foi quando ouvi o primeiro disparo. Corri, com medo de alguma bala perdida me atingir". Edilaine lembra que o rapaz que anunciou o assalto já estava sentado no chão do coletivo. Vivo, segurava na barriga, onde havia sido atingido com um tiro. O assaltante teria conseguido descer do ônibus, mas voltou a ser atingido por tiros. 
"Depois vieram outros disparos, mas não sabia de onde estavam vindo. Tentei me abrigar em uma das casas de madeira do local, com medo de ser vítima de bala perdida", lembra a estudante. Os disparos (de três a cinco) seriam a reação, de um dos passageiros, ao assalto. 
Os curiosos começaram a aparecer e cercar o assaltante, caído no chão, no asfalto, ainda com vida.
A Polícia chegou e abriu espaço onde o assaltante estava. "Fui observar a cena. Apareceu outro rapaz, que se ajoelhou perto do assaltante,  com uma pequena Bíblia de mão. Começou a orar, falando em Deus e pedindo para que entregasse a vida a Jesus". Curiosos que estavam próximo começaram a rezar também. "Me retirei para aguardar a minha carona. Quando percebi o silêncio, o fim das orações: o assaltante havia morrido. Como não estava perto nesse momento, não posso dizer se ele aceitou ou não a Jesus".

"Foi o segundo assalto em menos de um mês que presenciei. Ando com medo! Saio de casa sempre com as imagens desse assalto. Acho difícil mudar algo em relação à segurança. As pessoas já estão fazendo justiça com as próprias mãos, como o caso do passageiro.
Ninguém aguenta mais tanta violência!

A Edilaine quis compartilhar o que viveu e o sentimento de desesperança após tantos episódios. Para ela, compartilhar ajuda a alertar! É possível evitar? Compartilhe com o DOL suas ideias e vivências: redacao@diarioonline.com.br.
(Bernadeth Lameira)



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