Dois assaltos em menos de um mês: saldo da violência assistida a poucos metros por Edilaine (Foto: Arquivo Pessoal)
Noite de terça-feira, 23 de
junho de 2015. A estudante Edilaine Abreu seguia para a faculdade,
viajando de ônibus pela avenida Pedro Álvares Cabral, em Belém.
O coletivo, como sempre, lotado!!
Próximo à ponte do Barreiro, bairro da Sacramenta, um bandido anunciara o assalto.
Passageiros tentavam sair, outros - que não sabiam o que ocorria -
tentavam entrar. O assaltante pedia para o motorista liberar a porta
traseira, já que - pelo menos, mais quatro bandidos queriam entrar no
ônibus."Quando finalmente algumas pessoas conseguiram sair, entre elas,
eu, os demais bandidos roubavam quem saía", lembra Edilaine.
A estudante viu pessoas correndo em direção à
ponte, outras atravessando a avenida. "Foi quando ouvi o primeiro
disparo. Corri, com medo de alguma bala perdida me atingir". Edilaine
lembra que o rapaz que anunciou o assalto já estava sentado no chão do
coletivo. Vivo, segurava na barriga, onde havia sido atingido com um
tiro. O assaltante teria conseguido descer do ônibus, mas voltou a ser
atingido por tiros.
"Depois vieram outros disparos, mas não
sabia de onde estavam vindo. Tentei me abrigar em uma das casas de
madeira do local, com medo de ser vítima de bala perdida", lembra a
estudante. Os disparos (de três a cinco) seriam a reação, de um dos
passageiros, ao assalto.
Os curiosos começaram a aparecer e cercar o assaltante, caído no chão, no asfalto, ainda com vida.
A Polícia chegou e abriu espaço onde o
assaltante estava. "Fui observar a cena. Apareceu outro rapaz, que se
ajoelhou perto do assaltante, com uma pequena Bíblia de mão. Começou a
orar, falando em Deus e pedindo para que entregasse a vida a Jesus".
Curiosos que estavam próximo começaram a rezar também. "Me retirei para
aguardar a minha carona. Quando percebi o silêncio, o fim das orações: o
assaltante havia morrido. Como não estava perto nesse momento, não
posso dizer se ele aceitou ou não a Jesus".
"Foi o segundo assalto em menos de um mês que presenciei. Ando com medo! Saio de casa sempre com as imagens desse assalto. Acho difícil mudar algo em relação à segurança. As pessoas já estão fazendo justiça com as próprias mãos, como o caso do passageiro.
Ninguém aguenta mais tanta violência!
A Edilaine quis compartilhar o que
viveu e o sentimento de desesperança após tantos episódios. Para ela,
compartilhar ajuda a alertar! É possível evitar? Compartilhe com o DOL
suas ideias e vivências: redacao@diarioonline.com.br.
(Bernadeth Lameira)
(Bernadeth Lameira)
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