Presidente disse em reunião que já assumiu o ônus de vetar alguns.
Ela defendeu controle da inflação como condição para ciclo de crescimento.

Como instrumento para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta terça-feira (30) a taxa de juros básicos da economia de 13,75% para 14,25% ao ano. Foi a sétima elevação consecutiva da taxa, que atingiu o maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 14,75% ao ano.
"O primeiro passo desse ciclo [de expansão] é garantir o controle da inflação. A inflação corrói a renda dos trabalhadores e o lucro das empresas. E promover o reequilíbrio fiscal (...) Essa redução da inflação vai criar as bases para um novo ciclo de expansão sustentável para o crédito", afirmou a presidente, sentada à ponta de uma mesa retangular, no Palácio da Alvorada, com governadores e ministros dos dois lados.
Dilma pediu ajuda dos governadores contra propostas em tramitação no Congresso que, segundo ela, afetarão o governo federal e também os estados, as chamadas "pautas-bomba".
Durante a reunião, Dilma enumerou diversos fatores externos como agravantes para a crise econômica do país. Segundo a presidente, houve um "colapso" no preço das comodities, uma "grande desvalorização" na moeda brasileira. Ela lembrou ainda que a crise internacional "continua não esmorecendo."
"Iniciamos nossas campanhas numa conjuntura mais favorável do que quando tomamos posse. Nós sabemos que a partir da segunda metade de 2014, houve um fato importante no cenário internacional que foi o colapso no preço das commodities. Esse colapso foi acompanhado da desvalorização da nossa moeda", afirmou Dilma aos governadores.

Apesar de apontar o cenário desfavorável, Dilma disse que a crise internacional "não é desculpa para ninguém."
"É fato que nós não podemos nos dar o luxo de não ver a realidade com olhos muito claros. Como governantes, não podemos nos dar ao luxo de ignorar a realidade", complementou.
Ao final do discurso, Dilma disse que, como governante, é alvo de "injustiças" mas que sabe "suportar a pressão."
"É algo que qualquer governante tem que saber que faz parte da sua atuação. Tenho ouvido aberto, enquanto razão, e coração, enquanto emoção e sentimento", ressaltou a presidente.
Pacto contra homicídios
Em sua fala, a presidente propôs aos governadores um pacto nacional pela redução de homicídios e defendeu a cooperação entre os governos federal e estaduais. Dilma disse que quer estabeçecer uma "cooperação federativa" na área de segurança para diminuir o número de homicídios no país. Segundo ela, o Brasil lidera o ranking em número absoluto de homicídios no mundo.
"Nesse novo Brasil, nenhum governante pode se acomodar. Sabemos que muita coisa precisa melhorar, porque nosso povo está sofrendo. Nós devemos cooperar cada vez mais, independentemente das nossas afinidades políticas", afirmou Dilma.

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