Em menos de 24 horas, oito pessoas viraram reféns nas mãos de criminosos e adolescentes infratores, que tentaram escapar da polícia após praticarem assaltos. Os casos aconteceram em Belém. O primeiro dos crimes aconteceu de quarta-feira (02), na avenida Presidente Vargas, bairro da Campina, e durou quase duas horas. No início da manhã de ontem, seis pessoas, em duas casas diferentes, no bairro da Marambaia, também passaram momentos de pânico (leia mais na página 3). Ainda na manhã de ontem, um comerciante no bairro da Terra Firme também passou por minutos terríveis, ao ter o cano de um revólver apontado para sua cabeça. A arma, descobriu-se depois, era de brinquedo.
Um adolescente de 16 anos foi o protagonista da terceira cena. Ele teria acabado de assaltar quatro estudantes, quando foi visto por policiais militares. O rapaz preferiu não se render, mas, a pé, também não conseguiu escapar. Resolveu então invadir uma taberna, na passagem Liberdade, entre as ruas São Pedro e 2 de Junho. “Quando tentamos fazer a abordagem, ele entrou no estabelecimento. Pegou o proprietário de refém por uns dez minutos. Fez as exigências de praxe: queria a imprensa, a família e o colete à prova de balas. Logo o padrasto apareceu e ele se entregou”, conta Edilson Mescouto, sargento do 20º Batalhão de Polícia Militar.
Esses dez minutos de negociação pareciam horas para o comerciante Luciano de Carvalho, 61 anos, que, sem saber, teve um revólver de brinquedo apontado para a sua cabeça. “Estava atrás do balcão e me espantei com ele [adolescente] chegando. Ele dizia ‘perdeu, perdeu’, que era um assalto. Mais nervoso que ele só eu mesmo”, detalha a vítima, que afirma ter sido a segunda vez que passa por uma situação semelhante. “Em vinte anos que tenho aquele comércio, uma vez roubaram apenas meu relógio”, acrescenta.
NEGOCIAÇÕES
NEGOCIAÇÕES
Enquanto as negociações eram feitas entre o adolescente e os policiais militares, a passagem Liberdade ficou tomada de curiosos. Uma das pessoas que passava no local e viu o rapaz apontando a arma para o comerciante, foi Mariluce Furtado, 34 anos, também comerciante. Ela reconheceu imediatamente o jovem e afirma ter sido vítima dele também, no dia anterior. “Eu vinha da delegacia para registrar ocorrência do assalto que ele e mais outro cometeram. Tenho certeza que era ele. Usou a mesma arma [de brinquedo] quando entrou no meu comércio, roubou meu celular e R$ 290”, afirma a vítima. Segundo ela, minutos antes do assalto na taberna de seu Luciano, a dupla teria passado em frente da pequena loja de xerox dela e acenou um ao outro. “Acho que eles iriam voltar novamente”, ressalta.
Além de vítimas, os comerciantes possuíam o mesmo sentimento: medo. “Ele tinha escondido dois dos celulares roubados dos de estudantes lá no meu comércio. Disse que voltaria para buscar e se eu não entregasse, me mataria”, revela Luciano. “A gente sabe que eles são adolescentes e não ficam presos. Tenho medo de voltarem”, compartilha Mariluce. Segundo o delegado Fabiano Amazonas, diretor da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), geralmente, nesses casos, o adolescentes é apreendido e fica internado em casa de custódia. No entanto, somente o Ministério Público do Estado, através da Promotoria da Infância e da Juventude, decidiria o destino do rapaz.
TRÊS MOMENTOS DE TENSÃO NA GRANDE BELÉM
* Após cometerem uma “saidinha bancária” às proximidades da Prefeitura de Belém, no bairro da Campina, dois assaltantes fugiram de moto e trocaram tiros com policiais. Foram baleados, abandonaram a moto e pegaram uma vendedora ambulante como refém, na avenida Presidente Vargas, centro da cidade, na tarde de quarta (02). Um dos assaltantes, ferido na perna, logo se rendeu. O outro, só após quase duas horas de negociações com os policiais, se entregou e libertou a refém.
* Um adulto e um adolescente invadiram duas casas, na manhã de ontem, no bairro da Marambaia. Na primeira delas havia quatro pessoas. Policiais militares cercaram a residência e começaram a negociar. Poucos minutos depois, os rapazes pularam o muro e foram para a casa ao lado. Renderam uma senhora e o filho dela, portador de deficiência. Se entregaram após 40 minutos de negociação.
* Ainda na manhã de ontem, um adolescente de 16 anos, após assaltar quatro estudantes, se refugiou em um estabelecimento comercial no bairro da Terra Firme. O comerciante que ele pegou como refém ficou sob a mira de um revólver, que depois descobriu-se ser de brinquedo. O infrator se rendeu após dez minutos de negociações com os militares.
* Um adulto e um adolescente invadiram duas casas, na manhã de ontem, no bairro da Marambaia. Na primeira delas havia quatro pessoas. Policiais militares cercaram a residência e começaram a negociar. Poucos minutos depois, os rapazes pularam o muro e foram para a casa ao lado. Renderam uma senhora e o filho dela, portador de deficiência. Se entregaram após 40 minutos de negociação.
* Ainda na manhã de ontem, um adolescente de 16 anos, após assaltar quatro estudantes, se refugiou em um estabelecimento comercial no bairro da Terra Firme. O comerciante que ele pegou como refém ficou sob a mira de um revólver, que depois descobriu-se ser de brinquedo. O infrator se rendeu após dez minutos de negociações com os militares.
(Diário do Pará)

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