terça-feira, 29 de setembro de 2015

Robert Rios diz que denunciará desembargador e faz críticas ao Governo


 

O deputado Robert Rios (PDT) disse, hoje(29), que denunciará ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) o desembargador que concedeu liminar autorizando o despejo da rádio Sete Cidades de Piracuruca. Segundo ele, na manhã de hoje, oficiais de justiça acompanhados de jagunços invadiram a emissora e derrubaram a torre de transmissão. Em seu discurso, Robert Rios fez ainda críticas ao Governo do Estado, afirmando que ele pretende acabar com a segurança e privatizar a saúde pública.
Falando sobre a rádio de Piracuruca, Robert Rios disse que, embora tenha se julgado suspeito para decidir a questão, o desembargador do Tribunal de Justiça concedeu liminar que levou à invasão da emissora. Ele assinalou que o ex-dono da rádio fraudou um documento transferindo o terreno onde a emissora fica localizada para um filho, o que teria justificado a concessão da liminar que já foi cassada pelo Tribunal de Justiça. “Foi uma truculência o que aconteceu e vamos buscar o ressarcimento dos prejuízos”, acrescentou.

Em seguida, o parlamentar pedetista criticou a decisão do Governo de formar parceria com uma organização social (OS) para administração do Hospital Regional Justino Luz, de Picos, o que, em sua opinião, é o início da privatização da saúde pública piauiense. Ele disse que “estão fazendo a mesma coisa com a segurança pública, já que os concursados para delegados e agentes não foram nomeados e vêm sendo contratados terceirizados”.

Robert Rios criticou o fechamento de delegacias à noite e denunciou que o Governo quer criar coordenadorias de segurança no interior visando substituir delegados concursados por “cabos-delegados” que estarão a serviço das autoridades. Ele criticou ainda a contratação pelo Governo da Fundação Getúlio Vargas por R$17 milhões para o acompanhamento de obras, afirmando que o Piauí conta com pessoas capacitadas para realizar esse trabalho.

Em aparte, o deputado Rubem Martins (PSB) disse que uma comitiva de parlamentares irá a Picos amanhã (30) para defender a suspensão da parceria administrativa do Hospital daquela cidade, enquanto o deputado Firmino Paulo (PSDB) chamou de esdruxula e inconstitucional a proposta do Governo de criar as coordenadorias de segurança pública.

O deputado Marden Menezes (PSDB), vice-presidente da Assembleia Legislativa, disse que a parceria administrativa do hospital de Picos é uma privatização camuflada e que o povo do município precisa ser ouvido sobre a questão. O deputado Pablo Santos (PMDB) afirmou que é contra a forma como está sendo feita a parceria, pois entende que a população picoense sairá perdendo.
O líder do Governo, deputado João de Deus (PT), disse que esteve ontem(28) com o governador Wellington Dias, juntamente com o presidente da Assembleia, deputado Themístocles Filho (PMDB), tratando sobre a questão do hospital de Picos. “Acabei de ser informado pelo secretário de Saúde, Francisco Costa, de que o governador garantiu que qualquer decisão sobre o hospital de Picos somente será tomada após uma reunião com os deputados, o que deve acontecer nos próximos dias”, declarou ele.

João de Deus disse ainda que foi informado pelo secretário de Segurança, deputado federal Fábio Abreu (PTB), que a proposta de coordenadorias de segurança está sendo testada em outros Estados, como São Paulo e Paraná, e que o Governo optou por contratar a Fundação Getúlio Vargas porque teria que realizar concurso público para nomear servidores, o que seria mais oneroso para o Estado.

O deputado Marden Menezes, em novo aparte, cobrou garantias do Governo em relação à formação de uma parceria para administrar o hospital de Picos e o deputado João de Deus reafirmou que o governador só tomará uma decisão a respeito do assunto após a reunião com os parlamentares. Robert Rios encerrou seu discurso dizendo que o Governo não precisa fazer concurso para acompanhar obras, reafirmando que o Piauí conta com profissionais capacitados para isso, e que tem conhecimento de que as coordenadorias de segurança vêm sendo criadas no Rio Grande do Norte e Sergipe. (J. B.)

 Caio Bruno/Alepi

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