A economista Monica Baumgarten de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington, apresentou uma proposta radical em um artigo publicado na quinta-feira: abandonar o regime de câmbio flutuante e adotar bandas de flutuação para a moeda. A âncora cambial seria uma saída emergencial para evitar uma “espiral inflacionária”, como ocorreu com a economia brasileira nos anos 1980.
A espiral inflacionária seria resultado de uma situação que os economistas chamam de “dominância fiscal”. Quando isso ocorre, a alta da taxa de juros deixa de fazer efeito no combate à inflação. O motivo é que o governo fica com receio de elevar os juros, aumentar os gastos e elevar a desconfiança sobre a frágil situação das contas públicas. Como os juros não fazem mais efeito, a inflação poderia ir a 20% ou 30% rapidamente.
Como é a proposta para o câmbio?
É banda cambial flutuante ou variável. Você tem um teto e um piso e embute uma desvalorização para o piso e para o teto da banda todo mês. Então, se ela é de R$ 3,88 a R$ 4,12, com o centro sendo R$ 4,00, se embutir uma desvalorização de 2% a 3%, ela vai (no mês seguinte) de R$ 3,95 para R$ 4,20, por exemplo. Você deixa que o câmbio se desvalorize, mas ele vai se desvalorizar de forma “controlada” e, desse modo, você “ancora” os preços.
FONTE: O Estado de S.Paulo