José Carlos Werneck
Mesmo com as expectativas do mercado de uma inflação acima de 10% para este ano, Dilma Rousseff pretende elevar tributos dos combustíveis para fechar as contas. “Acho extremamente nocivo para o país as especulações que vira e mexe são feitas quanto ao ministro Joaquim Levy, que me obrigam, de forma sistemática, a reforçar que o ministro Joaquim Levy fica onde está”, assinalou.
Dilma disse que discorda das críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Levy, ressaltando que especulações sobre a saída dele são extremamente nocivas ao país. “Eu não só gosto muito do presidente Lula, como o respeito, e isso é público e notório, mas nós não concordamos e não temos de concordar em todas as avaliações”.
A presidente Dilma Rousseff, que está na Turquia para participar da reunião de cúpula do G20, fez hoje esta veemente defesa do ministro da Fazenda, alvo de críticas dentro e fora do governo, notadamente por integrantes do PT.
VOLTA DA CPMF
A presidente defende a volta da CPMF, que considera fundamental para o país atingir superávit primário e acelerar o processo de saída da crise. Confia na aprovação, avaliando que o governo tem maioria no Congresso, apesar de dificuldades enfrentadas recentemente. A recriação da CPMF é a principal aposta do governo entre as medidas de ajuste fiscal enviadas ao Congresso na tentativa de equilibrar as contas públicas, mas o projeto ainda não foi admitido no Legislativo até o momento.
“Esse esforço de reequilíbrio fiscal agora vai requerer de nós, além de todas as medidas de redução de despesas que nós tivemos, vai requerer de nós, para poder fechar as contas e fazermos superávit, vai requerer do Brasil a consciência e a responsabilidade para aprovar a CPMF. É uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar, e ter condições de acelerar o processo de saída da crise. Portanto, acredito que o Brasil vai ter nesse momento de enfrentar esse fato. É fundamental que se aprove a CPMF”, destacou.
REDUÇÃO DE IMPOSTOS
Dilma defendeu o Governo afirmando ter um histórico de redução de impostos ao longo dos últimos anos, que muitos culpam como causa do atual desequilíbrio fiscal, e apontou a CPMF como um aumento de tributo não para se gastar mais, mas “para se crescer mais”.
Apesar de o governo estar com sérias dificuldades para dar andamento a projetos primordiais no Congresso Nacional, a presidente declarou que a avaliação interna é de que há maioria, em alguns casos ampla e em outros apertada. Na semana passada, os Deputados aprovaram, por 230 votos a 213, depois de muitos adiamentos, o polêmico projeto de um programa para regularizar bens não declarados de brasileiros no exterior. A discutível proposta, alvo de reiteradas críticas e taxada por muitos como vergonhosa e imoral, faz parte das medidas de ajuste fiscal enviadas pelo governo.
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