terça-feira, 17 de novembro de 2015

Policia desconfia que Ricardo Murad lavou dinheiro com obras de arte

Depois de cinco horas Ricardo deixa sua casa conduzido pela PFpoliciais revistam carro de Murad
policiais revistam carro de Murad
PF transporta "obras de arte"
PF transporta “obras de arte”
Depois de cinco horas Ricardo deixa sua casa conduzido pela PF
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira o mandato de busca e apreensão e condução coercitiva do ex-secretário de saúde Ricardo Murad.
Depois de cinco horas dentro da residência de Murad no bairro do Olho d’Água, a PF levou o ex-secretário no seu próprio carro, que também serviu para transportar em conjunto com uma Van dezenas de “obras de arte” apreendidas na mansão Murad.
A apreensão das ditas obras de arte é que chama a atenção, pois como bem observou um agente da PF presente na operação, elas podem ser objetos de lavagem de dinheiro à exemplo como ocorre na Operação Lava-Jato, onde obras de arte também foram apreendidas nas casas dos ex-diretores da Petrobras e de empreiteiros envolvidos no esquema.
Ora, em uma busca de apreensão normalmente busca-se documentos que possam provar os ilícitos, mas objetos de valor já se parte do pressuposto de que a Polícia tem fortes indícios da participação de Murad nos desvios na Saúde Pública do Maranhão.
A operação da PF em parceria com a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal envolveu mais de  200 policiais federais e 10 servidores da CGU, na qual foram cumpridos 100 mandados judiciais, sendo 13 mandados de prisão preventiva, 60 de busca e apreensão e 27 de condução coercitiva.
A investigação teve início em 2010, quando o então secretário de saúde do estado do Maranhão se utilizou do modelo de “terceirização” da gestão da rede de saúde pública estadual, ao passar a atividade para entes privados – Organização Social (OS) e Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), e, assim, fugir dos controles da lei de licitação. Contudo, essa flexibilização significou uma burla às regras da lei de licitação e facilitou o desvio de verba pública federal, com fim específico de enriquecimento ilícito dos envolvidos. Com esse modelo de gestão, foi possível empregar pessoas sem concurso público e contratar empresas sem licitação.
Durante o período de investigação, os fluxos de recursos destinados pela União, por meio do Ministério da Saúde, ao Fundo Estadual de Saúde do Maranhão, resultou em um montante de R$ 2 bilhões.
Os investigados poderão responder, na medida de sua participação, pelos crimes de estelionato, associação criminosa e peculato, bem como por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Ricardo está na sede na PF no bairro da Cohama, e não há previsão do tempo que levará para prestar depoimento.

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