Nenhuma linha em defesa de Ricardo Murad no jornal da família Sarney. A página 3 do jornal O Estado do Maranhão, espaço nobre reservado à política, foi ocupada para noticiar o insosso lançamento do livro que registra ações, frise-se, quase imperceptíveis dos quatros mandatos da ex-governadora Roseana Sarney.
Na coluna “Estado Maior” a indiferença ao calvário de Murad é solene. Segundo a PF, Murad era o mentor de organização criminosa que desviou mais de R$ 1 bilhão da saúde no Estado entre 2010 e 2013.
Pra completar numa das capas dos livros, Roseana aparece sorridente ao lado do também eufórico senador João Alberto. Este responsável pelo último humilhante revés de Murad na disputa pelo comando do PMDB.
“A posição do jornal de Roseana soa como um deboche a Ricardo”, reclamou um dos poucos parlamentares ligado ao ex-secretário de Saúde.
A revolta é compreensível. Há menos de um ano, Murad era o todo-poderoso do governo da filha de Sarney.
Agora, virou um estorvo. Após a prisão do também ex-secretário João Abreu pela Polícia Civil, Roseana divulgou nota no mesmo jornal em defesa do ex-auxiliar, acusado de receber propinas da Constran, no caso do precatório.
Enrolada na operação da “Lava-Jato” da Polícia Federal, Roseana preferiu silenciar e lavar as mãos.
Para justificar o distanciamento de Roseana, um peemedebista de alto coturno disse ser impossível defender o indefensável.
É nesse ambiente autofágico que o PMDB vive. A ala do partido ligada a João Alberto chegou a comemorar a queda de Murad na rede da PF. Por outro lado, a bancada familiar de Ricardo Murad está esconjurando Roseana e o pai.
Observadores da cena política avaliam que Murad por ter temperamento forte não vai deixar barato o abandono da cunhada e do coronel Sarney. É esperar pelo desenrolar dos sermões
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