
Parentes de comerciante não têm grana pra ir a funeral
O comerciante José Auri Carlos de Sousa, de 53 anos, morto durante tiroteio na Rocinha no Natal, será enterrado no Ceará, estado de onde ele saiu há 30 anos para viver no Rio. Mas a viúva, os filhos, a neta e irmãos dele não poderão acompanhar o funeral, porque gastaram tudo o que tinham para mandar o corpo à terra natal do dono de bar, atendendo a um pedido do pai dele, seu Crispim, e não sobrou dinheiro para as passagens dos familiares. O velório será na mesma casa onde José Auri nasceu, na cidade de Groaíras, a 230 quilômetros da capital Fortaleza.
"O governo do estado não nos ajudou em nada, por isso não poderemos ir. Tudo que eu queria era estar lá", desabafou Salete Sousa, irmã de Auri.
Ele era o terceiro de sete irmãos e, quando chegou ao Rio, foi direto para a Rocinha. Tornou-se lavador de pratos em um restaurante da Lapa, casou e teve dois filhos e uma neta, que era sua grande paixão. Com muito suor, ele conseguiu abrir um bar na favela que tanto amava, onde levou tiro no pulmão durante confronto entre policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e traficantes, na última sexta-feira. "Ele fechou o bar mais cedo, ia ficar com os amigos. Não entendo como isso foi acontecer numa data festiva", lamentou Salete.
Segundo moradores, o clima na Rocinha foi tranquilo no fim de semana. A PM disse que o policiamento está reforçado.
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