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Ricardo Noblat com edição
Uma vez eleito presidente em 2002, Lula autorizou José Dirceu, o coordenador de sua campanha e futuro chefe da Casa Civil, a propor ao PMDB uma coligação com o PT para que governassem juntos.
Foi o que fez Dirceu, que há muito advogava a ideia caso Lula se elegesse. Roseana Sarney, filha de José Sarney, aceitou o convite para ser ministra. Outros nomes do PMDB aceitaram também.
Quando a parte do PMDB no ministério estava fechada, Lula chamou Dirceu e disse que preferia governar com partidos menores. Não confiava no PMDB. Não queria conferir-lhe tanta importância.
O mensalão é filho dessa decisão de Lula. Aí nasceu a “sofisticada organização criminosa” que remunerou deputados com dinheiro sujo para que eles votassem na Câmara como o governo mandava.
Ao se reeleger em 2006, Lula convidou o PMDB para entrar no governo. O mensalão dera lugar ao petrolão. Os partidos ganharam cargos e, por meio deles, passaram a se remunerar. Com a aprovação do alto, é claro.
Dilma valeu-se do PMDB para se eleger e se reeleger. Ao ser reeleita, ofereceu ao PMDB menos espaço no governo do que ele queria e passou a tratar mal o vice-presidente Michel Temer.
Humilhou-o diversas vezes – uma delas quando Temer, a seu pedido, assumiu a coordenação política do governo, mas jamais teve condições de exercê-la de fato. Dilma negou-lhe tais condições.
O troco a Dilma e ao PT está sendo dado pelo PMDB agora com o abandono do barco petista.