Em entrevista ao Portal Vermelho, governador Flávio Dino diz que Jesus Cristo era socialista
(Com informações de Aquiles Emir / Maranhão Hoje)
Em entrevista ao Portal Vermelho, plataforma oficial de notícias do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), publicada nesta terça-feira (26), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) admite que a presidente Dilma Rousseff (PT) terá poucas chances de evitar o impeachment no Senado.
Na mesma matéria, o governador comunista Flávio Dino diz acreditar que Jesus Cristo era socialista, e lembra que quando perguntaram a ele, numa entrevista à TV Mirante, em 2014, como seria a implantação do comunismo no Maranhão, ele mandou os entrevistadores lerem a Bíblia (sic).
Na entrevista, o governador do Maranhão critica as elites, diz que fazer turismo em Mônaco, Côte d’Azur, Cannes etc é programa de mau gosto e manifesta crença de que ainda haverá uma revolução aos moldes do comunismo (sic).
Sem nada acrescentar, copiamos a entrevista. Deixemos as avaliações aos teólogos, bispos, padres e não-ordenados. A área de comentários é para isso…
Quando indagado que tipo de comunista ele é e se ainda acredita na revolução, ele assim respondeu:
“Claro que sim, evidentemente. As táticas de cada processo revolucionário são diferentes, as sociedades são diferentes. Você tem desde a alternativa insurrecional clássica, chinesa, cubana, russa, mas tem outros caminhos mais graduais. Mandela era um comunista, se disse comunista a vida toda, e constituiu um partido. Não entendo a revolução como um momento apenas, como um momento mágico, apenas o assalto ao palácio do inverno. O assalto ao palácio do inverno do tzar correspondeu a uma circunstância, pode ser que você tenha uma hegemonia socialista estabelecida a partir de outros caminhos. O que é certo hoje para nós, socialistas e comunistas, é que não é um processo apenas estatal, não adianta se apoderar da máquina do estado apenas, porque em algum momento isso é insuficiente. Você tem que construir uma hegemonia cultural. Essa é a razão pela qual Cuba tem essa consistência toda. Com todos os problemas, eles têm uma hegemonia cultural. Há um certo consenso social em torno do partido Comunista cubano que explica a sobrevivência, contra tudo e contra todos, do processo revolucionário. Uma alternativa insurrecional no Brasil não é algo que pertença à minha vida, isso não está colocado”.
Interrompido pela colocação “eu sempre digo que antes do marxismo-leninismo já existia o socialismo…”, o governador mostrou que acredita ter sido Jesus Cristo um socialista:
“ Na verdade, eu acredito que Cristo era socialista. Aliás, foi um debate que a gente fez aqui no Maranhão, na TV do Sarney. Eles perguntaram como ia ser a implantação do comunismo e eu falei: vão ler a Bíblia. Essa narrativa que o dinheiro não é tudo, que você tem outros valores, outros princípios, claro que é anterior a Marx. E não é só no Novo Testamento, não. No antigo Testamento tem aquela história do maná. Todo mundo recolhia o maná que caía do céu, uns tinham mais, outros tinham menos. Mas, ao fim do dia, os que tinham o cesto muito cheio perdiam este excesso para aqueles que tinham o cesto mais vazio… Nos Atos dos Apóstolos tem: e da multidão dos que creram, um só era o sentimento e a maneira de pensar: ninguém considerava exclusivamente seu os bens que possuía, mas todos compartilhavam tudo entre si. Não havia uma só pessoa necessitada entre eles, pois os que possuíam terras as vendiam, traziam dinheiro da venda e o depositavam aos pés dos apóstolos – o Estado – que por sua vez o repartia conforme a necessidade de cada um… A narrativa socialista é bem antiga”.
Como não poderia deixar de ser, o governador atacou a família Sarney, a quem ele responsabiliza por tudo de ruim que existe no Maranhão. Segundo ele, não era apenas o nome dos familiares de Sarney que havia nas repartições públicas, mas eles se apropriavam desses bens, por isto está trocando os nomes de escolas, hospitais e outras repartições denominadas por gente dos Sarney. Segue o trecho da entrevista:
Foi preciso um comunista para acabar com o feudalismo que havia no Maranhão?
– Nós tivemos aqui dois aspectos que levaram a este resultado. Primeiro, este, sem dúvida. Houve uma construção coletiva no campo da esquerda que levou a este fortalecimento de nosso partido no Estado, como uma espécie de estuário do conjunto de movimentações da esquerda de modo geral que transcende a minha figura individual. Em segundo lugar, a capacidade de construir alianças, que era vital para enfrentar o imenso poder que o Sarney tem. Se o impeachment for consumado, vai completar mais um feito, porque terá conseguido participar da experiência do PT e ao mesmo tempo ajudar o golpe contra o PT. Vai ter mais esse diamante na sua coroa de oportunista desde JK. Sempre se adaptou a muitas circunstâncias, é o político mais longevo da história brasileira, a essa altura mais longevo que Pedro II. Não é pouca coisa.
Assim como nos países do Leste se derrubaram as estátuas, qual foi o grande símbolo da derrocada dos Sarney no Maranhão?
– Acho que a cena emblemática, no plano simbólico, é essa história dos nomes, essa mudança de nomes que havia em tudo: escolas, hospitais, creches… Nós estamos revendo aos poucos os nomes, por um decreto que editei e também o MPF entrou com algumas ações. O nome dele próprio, dos filhos, dos netos, da mãe… O que corresponde à apropriação de bens públicos para fins privados. Alguém pode dizer: isso é tão pequeno. Mas corresponde ao estilo de governar, porque essa questão de se auto-homenagear e homenagear os seus por intermédio dos bens públicos, estava em absoluta coerência com outros atos. Era apenas a ponta do iceberg. O que havia por baixo era uma escandalosa apropriação de recursos públicos para fins familiares. E o outro símbolo foi sairmos do último lugar no ranking de transparência da CGU para o primeiro, e isso em um ano.