segunda-feira, 30 de maio de 2016

Para Dilma Rousseff, seria preferível a hora do silêncio


Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
Carlos Chagas
Divulgada ontem, a entrevista de  Dilma Rousseff  concedida à “Folha de S. Paulo” na quarta-feira da semana passada deixou claro que Madame não vai bem. De ex-presidentes, ou quase isso, só Jânio Quadros deu tantas provas de desequilíbrio. Ela declarou que “o partido de Temer  pretendia, ao assumir o governo, barrar a Operação Lava Jato”.  Mais ainda: que Romero Jucá  tentou  delimitar as investigações. Incluiu Renan Calheiros na trama, esquecendo-se que 367 deputados e 55 senadores votaram as preliminares de seu impeachment. Negou haver cometido crime de responsabilidade e prometeu  retornar  ao poder,  porque vários senadores que votaram pela seu afastamento apenas admitiram a admissibilidade da iniciativa.
Estaria a já quase ex-presidenta dissociada de suas faculdades?  Primeiro,  por haver desaprendido as quatro operações; depois, por  não saber chorar, como se vangloria. Melhor teria feito se ficasse restrita às suas bicicletas, poupando críticas e diatribes  ao Congresso e aos políticos dos quais se tornou desafeto. Em especial Michel Temer, que age no sentido oposto. Até agora  não acusou  a antecessora por traição.
Aguarda-se a defesa de Madame, em elaboração pelo seu antigo ministro da Justiça. Caso  insista na tese de haver sido apunhalada pelas costas, arrisca-se até  a perder  mais senadores, no confronto final. É precisamente o que deseja o novo governo.  Fica evidente que mais entrevistas  significarão menos chances de retornar. Quase nulas. A hora, para a presidente afastada, seria de silêncio ostensivo.  Entrevistas, só com senadores propensos a mudar de voto. Dois ou três bastariam…

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