quinta-feira, 2 de junho de 2016

Em dúvida sobre voto, Romário renuncia à comissão do impeachment


 

Romário no Senado
Romário no Senado Foto: Jorge William / Agência O Globo
Eduardo Bresciani - O Globo

 
BRASÍLIA — Após manifestar ao GLOBO dúvida sobre seu voto na fase final do impeachment, o senador Romário (PSB-RJ) renunciou nesta quarta-feira à posição de titular na comissão especial que debate o tema. Ele será substituído por Lúcia Vânia (PSB-GO). O partido dos dois senadores tem posição favorável ao impeachment.
Em texto publicado em sua página no Facebook na noite desta quarta-feira, o senador afirma que votou pela admissibilidade do impeachment para que se tivesse uma oportunidade de “aprofundar as investigações”. Diz caber ao presidente interino Michel Temer dar uma “nova cara” ao país. Afirma que seu voto ao final do processo de impeachment de Dilma levará em conta o “conjunto da obra” e faz críticas a Temer.
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“Os primeiros dias do governo interino não foram como deveriam ser. No lugar de ministros “notáveis”, conforme Temer prometeu, tivemos ministros investigados. Vimos ministérios estratégicos para o país serem fundidos e perderem relevância, como o fundamental Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. Assim como a extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Temas relevantes e tão caros ao país, como o das pessoas com deficiência perderam relevância e foram abrigadas no Ministério da Justiça e Cidadania. Além da já anunciada extinção do Ministério da Previdência Social, órgão responsável pela elaboração de políticas, gestão e fiscalização de importantes benefícios sociais. Houve ainda a extinção Controladoria-Geral da União que, de certa medida, prejudica o combate à corrupção. Defendo o enxugamento da máquina pública e redução de custos do governo, mas não acredito que estas tenham sido as melhores alternativas”, diz trecho do texto publicado na página do senador.
Romário reitera que foi crítico ao governo Dilma e afirma que sabe lidar com pressão. Disse que vai acompanhar os trabalhos como “não membro” e afirma que deixará o colegiado porque não pode deixar de lado outras tarefas do seu mandato.
“Aproveito para anunciar que abri mão da vaga de titular da Comissão do Impeachment. De agora em diante, vou acompanhar os trabalhos como não membro, já que isso é possível. Sou presidente da Comissão de Educação, da CPI do Futebol e atuo em importantes causas sociais que não podem ser deixadas de lado”, diz o senador.
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O senador conclui falando que não há uma “mudança de voto” porque as fases do processo tratam de questões distintas. Afirma que tomará sua decisão final “guiado pela minha consciência e buscando o melhor para o Brasil”.

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