O apoio da bancada do PT à reeleição do presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho (PMDB), gerou insatisfação em um de seus principais líderes, o deputado estadual licenciado e secretário de Cultura, Fábio Novo. O petista usou as redes sociais para protestar contra o 7º mandato do peemedebista, dado com aval de seu de seu partido na manhã desta quarta-feira (1). O processo eleitoral aconteceu seis meses antes da posse, marcada para fevereiro de 2017.
"Respeito a posição da ALEPI, respeito à posição da bancada do meu partido e do governo, mas por dever de consciência não poderia deixar de me manifestar e registrar que minha avaliação neste momento é de que o governo e o meu partido cometem um erro histórico em não lutar para tentar mudar os destinos e a condução dos rumos do Poder Legislativo", disse Fábio Novo em seu perfil no Facebook.
Fábio Novo, que disputou o cargo com Themístocles há dois anos, disse ainda que não aceita a tese da bancada do PT de que está votando pela governabilidade, já que o presidente da Alepi é ligado ao presidente interino Michel Temer. "Avaliam os nossos parlamentares que hipotecando apoio a Themistocles o governo não terá dificuldades de aprovar suas matérias. No entanto, esquecem que Teté é amigo pessoal do presidente golpista, Michel Temer", disse.
O líder do governo na Alepi, deputado João de Deus, minimizou as declarações de Fábio Novo e ressaltou que o PT continuará fazendo seu papel no Legislativo. "O governo precisa ter a governabilidade e isso aqui está assegurado, está tranquilo. Lógico que o PT tem o seu papel e vamos continuar desempenhando-o no sentido de melhorar a Casa. Com certeza não abrimos mão disso, mas nesse momento, considerada essas circunstâncias todas, foi o que deu para fazer compondo da forma como estamos, votando no presidente Themístocles", justificou João de Deus.
Suplente pelo PT, o deputado Cícero Magalhães disse que a decisão da bancada foi tomada em conjunto com o próprio governador Wellington Dias. "O companheiro Fábio é um privilegiado. É um amigo e companheiro de partido. Ele tem o mandato de deputado estadual aqui nesta Casa, ao contrário de mim que sou apenas um suplente. Eu só voto se os titulares não votarem. Eu, na qualidade de suplente, só voto se os titulares aqui não votarem. Eu votando, é de acordo com que o a bancada decidiu, junto com o governador", afirmou.
Aliados também comentam declarações
O deputado estadual Júlio Arcoverde (PP) também sustentou a tese de que o consenso fará bem ao governo Wellington Dias. "Não houve acordo, houve consenso de todos os parlamentares. Esse consenso dá uma estabilidade ao governador Wellington Dias aqui na Casa para que possa ultrapassar os momentos turbulentos que o país está passando tanto na parte política como econômica", disse.
2018
Fábio Novo foi além do processo eleitoral na Alepi e afirmou, em sua postagem na rede social, que a reeleição de Themístocles deve interferir nas eleições 2018. "E qual o próximo passo de Themistocles? Fortalecido pelo PT ele já diz para os mais próximos que deseja ser vice na nossa chapa de 2018. E se esta for a opção do meu partido, deixo registrado que não me cabe outra alternativa que não seja trilhar por outro caminho", disse.
As declarações de Novo foram contestadas pelo líder do PMDB na Casa, deputado estadual João Mádison. "Acho estranho esse ódio tamanho do deputado Fábio Novo. Se o PT agora está apoiando o Themístocles é por que ele merece, está sendo reconhecido. É apenas uma voz isolada cantando no deserto. O PT como um todo tem uma grande consideração. Mas se acontecer em 2018 e o Fábio Novo sair é um direito dele", concluiu.
Hérlon Moraes
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