O advogado e poeta Raul de Leoni (1895-1926), nascido em Petrópolis (RJ), expressa nos versos do soneto “História Antiga” tudo quanto um olhar pode acarretar pela vida a fora: otimismo, inocência, dúvida, indiferença, amor, fantasia, incompreensão e tardeza para dizer algo.
HISTÓRIA ANTIGA
Raul de Leoni
Raul de Leoni
No meu grande otimismo de inocente,
Eu nunca soube por que foi… um dia,
Ela me olhou indiferentemente,
Perguntei-lhe por que era… Não sabia…
Eu nunca soube por que foi… um dia,
Ela me olhou indiferentemente,
Perguntei-lhe por que era… Não sabia…
Desde então, transformou-se de repente
A nossa intimidade correntia
Em saudações de simples cortesia
E a vida foi andando para frente…
A nossa intimidade correntia
Em saudações de simples cortesia
E a vida foi andando para frente…
Nunca mais nos falamos… vai distante…
Mas, quando a vejo, há sempre um vago instante
Em que seu mudo olhar no meu repousa,
Mas, quando a vejo, há sempre um vago instante
Em que seu mudo olhar no meu repousa,
E eu sinto, sem, no entanto compreendê-la,
Que ela tenta dizer-me qualquer cousa,
Mas que é tarde demais para dizê-la
Que ela tenta dizer-me qualquer cousa,
Mas que é tarde demais para dizê-la
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
Nenhum comentário:
Postar um comentário