Há muito tempo a bancada maranhense no senado federal, liderada pelo ex-presidente da república José Sarney (PMDB-AP), se transformou numa associação de políticos que deram as costas para o estado em nome do fortalecimento de interesses pessoais.
Com o afastamento de Sarney, que não concorreu a eleição em 2014, o envolvimento do senador Edison Lobão em escândalos de corrupção na Lava Jato e, sobretudo, a eleição de Roberto Rocha ao senado, havia a expectativa de que a bancada maranhense, se não melhorasse o desempenho, ao menos frearia o perfil oportunista de outras épocas.
Composto em sua maioria por ex-governadores de estado e políticos mais tarimbados do que os da Câmara, o Senado Federal vê os últimos capítulos do julgamento da presidente Dilma Rousseff serem tomados pelo jogo de toma lá da cá sem nenhum pudor dos senadores do Maranhão. Nem as raposas decanas da casa, acostumadas com o jogo sujo da política, foram flagradas negociando tão desavergonhadamente o voto para ambos os lados, como fizeram os senadores maranhenses.
Na semana passada, Edison Lobão e João Alberto procuraram a ex-presidente Dilma. A estratégia tinha a dupla intenção de manter um pé na canoa petista e ao mesmo tempo aumentar o poder de barganha para negociar com Michel Temer os votos da bancada.
A estratégia deu certo. Logo após a conversa com Dilma, que envolveria a retirada do apoio do PT a candidatos ligados ao governador Flávio Dino no Maranhão, Lobão e João Alberto foram chamados por Temer. Antes, fizeram questão de tornar pública a informação de que votariam unidos e continuavam “indecisos”.
O jornal Folha de São Paulo chegou a noticiar hoje (30) que o senador Roberto Rocha teria conseguido arrancar uma diretoria do Banco do Nordeste para votar a favor do impeachment. O indicado seria Rosendo Júnior.
Também teria entrado no acordo com os senadores maranhenses o avanço das negociações para federalizar o Porto do Itaqui, manobra extremamente prejudicial ao Maranhão.
Lobão e João Alberto poderiam as energias que vem usando em nome de interesses pessoais, para fazer algo a favor do Maranhão na condição de senadores de República. Foram eleitos para isso. No caminho inverso, preferem dar continuidade a lógica oligárquica de fazer política.
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