Em nota, MEC informou que não foi confirmada ação de hackers, mas PF investiga caso
A estudante Tereza Gomes, 23 anos, de João Pessoa, teve a conta no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) invadida e foi inscrita no curso de produção de cachaça, no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG). Ela tentava aprovação no curso de medicina. "É um absurdo, fiquei muito nervosa".
(Foto: Arquivo Pessoal)
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Em nota, o IFNMG lamentou a ação dos hackers, mas exigiu respeito ao curso de produção de cachaça, que acontece em Salinas (MG). "Tanto os alunos quanto o curso Produção de Cachaça merecem o nosso respeito. Para quem não sabe, Salinas é uma cidade do Norte de Minas reconhecida mundialmente pela produção de cachaça, e o curso é o único do país oferecido por instituição pública na área. Quem tirou nota mil pode cursar o que quiser. Afinal, quem é nota mil terá sucesso em qualquer área. E a cachaça de Salinas é nota mil!".
Tereza foi uma das 77 pessoas que conseguiram nota mil na redação no país, mas não teve desempenho geral para conseguir aprovação em medicina. Mesmo assim, ela afirmou que manteve inscrição nas duas opções para medicina.
Na segunda-feira (30), Tereza recebeu uma mensagem de uma pessoa que não conhece no Facebook com um print da lista de aprovados de outro curso, com o nome dela incluso. Ela achou que era montagem e não se preocupou. No dia seguinte, ela soube que sua conta teria sido invadida e que ela estava na lista do curso de produção de cachaça. “Imagina se eu tivesse média para passar para medicina? Além disso, prejudicou quem queria esse outro curso”, disse ela ao G1.
Em nota, o Ministério da Educação (MEC) informou que até o momento não foi registrado nenhum acesso indevido a informações de estudantes cadastrados. Sobre os casos relatados na imprensa, diz que a senha é sigilosa e só pode ser alterada pelo candidato ou por alguém que conheça dados pessoais deste. "Casos individuais que forem identificados e informados ao MEC, como suposta mudança indevida de senha e violação de dados, serão remetidos para investigação da Polícia Federal. Nos dois casos citados pela imprensa, o Inep já identificou no sistema data, hora, local, operadora e IP de onde partiram as mudanças de senha. Os dados serão encaminhados para a Polícia Federal", diz a nota.
Em relação específica ao caso de Tereza, o MEC afirma que registrou acessos no dia 24 e 29 de janeiro e três tentativas de acesso sem sucesso no dia 24. "A única opção de escolha de curso que está registrada é a do curso de produção de cachaça do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais – Campus Salinas, realizada no dia 29 de janeiro às 22h14, conforme último acesso registrado no Sisu", afirma. Destaca ainda que em 2011 a aluna ficou na lista de espera do Sisu pelo curso de Medicina.
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