quarta-feira, 1 de março de 2017

A posse do futuro presidente, em 2019


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Charge do Mollica, reprodução do Arquivo Google
Carlos Chagas
Na República Velha, hoje seria dia de votação, de quatro em quatro anos. Eleição fraudada, sem ser secreta, com as mulheres proibidas de votar e sem Justiça Eleitoral. O cidadão votava declarando seu voto a um funcionário público, que anotava o voto num livrão.  Por isso jamais um candidato do governo perdeu. A data comemorava a vitória do Brasil na Guerra do Paraguai. O diabo é que para a posse do eleito, nossos avós procuraram outra data significativa e acharam a Proclamação da República, 15 de novembro. Resultado: oito meses e meio de interregno, quando o presidente eleito viajava para a Europa ou descansava placidamente, compondo seu ministério. Estava tudo arranjado, as crises eram raras, tudo fora acertado pelos poderosos Partidos Republicanos de Minas e São Paulo, ou seja, os fazendeiros desses dois Estados, com raras exceções.
O tempo passou, já votamos em muitas outras datas, ou não votamos, ficando pela Constituição de 1988 o voto no primeiro domingo de  outubro, com a confirmação em outra votação no último, se ninguém alcançar a metade mais um dos votos, no primeiro.
Já votamos em variadas datas, inclusive no repudiado 31 de março, mas hoje metade do Brasil e dos demais países do mundo encontra-se sob os eflúvios das comemorações da passagem do ano. O resultado é que poucas autoridades estrangeiras conseguem vir, sem falar em nós mesmo.
Já se tentou mudar a data, estendendo-a por alguns dias, mas com tantas reformas políticas em pauta, a proposta não vingou. Por que surripiar do novo presidente dez dias que sejam de mandato?
Quando mais uma vez o Congresso tenta estabelecer umas tantas mudanças institucionais, jamais acontecidas, ressurge outra vez a sugestão, que dificilmente será aprovada.
Essas considerações se fazem a propósito do primeiro de janeiro de 2O19. O novo presidente acordará mais cedo, deputados e senadores também, mas o importante será saber quem. Em sã consciência, ninguém arrisca um palpite.

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