segunda-feira, 3 de abril de 2017

A invenção do Carnaval, na criação poética de Oswald de Andrade


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Oswald, retratado por Tarsila do Amaral
Paulo Peres
Site Poemas & Canções
O advogado, escritor, ensaísta, dramaturgo e poeta paulista José Oswald de Souza Andrade (1890-1954) foi um dos principais articuladores do movimento modernista literário e da célebre Semana de Arte Moderna, espécie de marco divisório na história das artes brasileiras, realizada em São Paulo, em 1922. A rebeldia de Oswald o levava a querer muito mais do que simplesmente revolucionar forma e conteúdo da criação artística. O que ele queria mesmo era uma revolução que transformasse a vida social dos brasileiros, suas instituições e costumes. 
O poema “brasil”, com letra minúscula, forma de satirizar até o nome do país, faz parte da primeira fase do Modernismo. Este período é o mais radical, pois os escritores dessa época ainda buscam definições, destroem paradigmas, enfim, é um a época de construção, onde notamos a busca ao passado, do quinhentismo brasileiro, porém, sem aquele ufanismo dos românticos. Aqui, na literatura de Oswald de Andrade há uma crítica ao ufanismo exagerado e, assim, ele busca o passado, mas de forma crítica, irônica, com isso, surgem os poemas piadas, a paródia.
Vale salientar que a reprodução do falar do povo da terra, a linguagem coloquial, como “preguntou, pro”, era valorizada pelos Modernistas que colocavam esse falar na literatura.
brasilOswald de Andrade
O Zé Pereira chegou de caravelaE preguntou pro guarani de mata virgem-Sois cristão?-Não, Sou bravo, sou forte. sou filho da morteTetetê tetê Quizá Quizá Quecê!Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! Uu!O negro zonzo saído da fornalhaTomou a palavra e respondeu -Sim pela graça de DeusCanhem Babá Canhem Babá Cum Cum!E fizeram o carnaval.

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